Jornal i - Lusa
A Associação de
Aposentados, Pensionistas e Reformados (APRe!) vai juntar-se à manifestação de
02 de março por estar contra os cortes nas pensões e entende que o Estado não
tem legitimidade para mexer nas reformas.
Em declarações à
agência Lusa, um dos membros da APRe! explicou que esta é uma organização que
nasceu em finais de outubro de 2012 em consequência direta das medidas
anunciadas na primeira proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2013 porque
entenderam que havia medidas penalizadoras para os reformados.
De acordo com Vitor
Ferreira, desde o nascimento da associação que a adesão ao movimento tem sido
crescente, com os associados a “pressionarem” a associação para a organização
de uma manifestação de reformados, de modo a poderem protestar contras as
medidas anunciadas no OE.
Daí até à adesão à
manifestação do dia 02 de março, promovida pelo movimento “Que se lixe a
Troika” para pedir “o fim” da austeridade e do empobrecimento do país e se
replica em mais de 40 cidades do país, foi um passo.
Para a APRe!, o
Estado não tem legitimidade para cortar nas pensões, já que está apenas a
devolver aquilo que todos os pensionistas entregaram ao longo das suas
carreiras contributivas.
“O que temos são
reformados e pensionistas com longuíssimas carreiras contributivas e essas
pessoas entendem que fizeram uma transferência para o Estado de um determinado
montante ao longo das suas carreiras, valor esse que foi capitalizado e que foi
em cúmulo com aquilo que era a quota dos nossos patrões e entendemos que esse
dinheiro é propriedade nossa, logo o Estado só está como fiel gestor desse
dinheiro”, explicou Vítor Ferreira.
De acordo com o
membro da associação, os pensionistas e reformados não se veem como uma despesa
para o Estado e estão determinados em reclamar aquilo que entendem ser seu por
direito.
Lembrou, por outro
lado, que pensionistas e reformados, nunca reclamaram as alterações feitas à
lei de bases da segurança social.
“Aquilo que
legitimamente o Estado determinou, que era o contrato que fez connosco, nós
entendemos que o Estado o deve cumprir e reclamamo-nos credores do Estado desse
valor”, acrescentou.
Vitor Ferreira
disse que têm atualmente um gabinete jurídico a estudar e avaliar a
possibilidade da associação poder interpor ações contra o Estado.
De acordo com o
membro da APRe!, a associação vai estar representada nas manifestações de
sábado marcadas para Lisboa, Porto, Coimbra, Leiria e Faro.
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