PCP pede ao
primeiro-ministro que se "cale para sempre" com o "embuste da
equidade"
Lusa
O secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, pediu hoje ao primeiro-ministro que "se cale
para sempre" com o discurso da "equidade dos sacrifícios",
afirmando que Governo quer "menos Estado para os reformados e mais Estado
para a banca".
"Hoje os
portugueses estão confrontados com menos Estado para os doentes, menos Estado
para os reformados, mas mais Estado para a banca", afirmou Jerónimo de
Sousa, pedindo ao primeiro-ministro que "se cale para sempre com o embuste
da equidade dos sacrifícios".
Jerónimo de Sousa
levou ao debate as declarações do presidente do BPI, Fernando Ulrich que, a
propósito das medidas de austeridade, afirmou: "E se aquelas pessoas que
nós vemos ali na rua, (os sem-abrigo) naquela situação e sofrer tanto aguentam
porque é que nós não aguentamos? Parece-me uma coisa absolutamente
evidente".
O secretário-geral
do PCP considerou que as declarações são "uma vergonha" e expressaram
"de forma cruel a conceção daquilo que é o capitalismo".
Jerónimo de Sousa
frisou que o banco teve em 2012 cerca de 249 milhões de euros de lucros, 160
dos quais resultado de compra da dívida portuguesa, e acusou o Governo de
manter uma política que continua "a esmifrar os portugueses".
"Não é o
senhor deputado que me manda calar ou falar, não me leve a mal", começou
por responder Passos Coelho, dizendo que não poderia responder por nenhum
banqueiro.
O primeiro-ministro
defendeu a necessidade de estabilização do sistema financeiro e questionou
"como é que é possível" que o PCP considere que o Governo favoreceu a
banca quando apenas cinco mil milhões de euros dos 78 mil milhões do empréstimo
foram usados para a estabilização do sistema financeiro.
"A
estabilização do sistema financeiro representa algo de muito importante para os
portugueses, não só porque as suas poupanças lá estão colocadas mas também
porque dela depende o financiamento da economia", afirmou.
Passos Coelho disse
depois que "infelizmente os bancos portugueses" têm tido níveis de
rentabilidade extremamente baixos" e "esse é um desafio que eles
devem enfrentar porque não é o Estado que vai resolver esse problema".
SF // SMA
Seguro exige a
Passos que "cortes no Estado" sejam primeiro apresentados aos
portugueses
O secretário-geral
do PS exigiu hoje ao primeiro-ministro que o corte de quatro mil milhões de
euros na reforma do Estado seja apresentado primeiro aos portugueses e que
especifique por empresa o corte nas rendas da energia.
Estas questões
foram levantadas por António José Seguro no debate quinzenal, na Assembleia da
República, marcado por mais uma discussão tensa com Pedro Passos Coelho.
"Senhor
primeiro-ministro, não esconda dos portugueses o corte de quatro mil milhões de
euros e diga aqui hoje no Parlamento quais são os cortes e onde é que vai
fazê-los na saúde, na educação e na proteção social. Não entregue à 'troika'
(Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) um
plano de cortes sem primeiro o apresentar aos portugueses e discuti-lo no
Parlamento", disse Seguro.
Logo na sua
primeira intervenção, o secretário-geral do PS atacou o primeiro-ministro,
sustentando que estava em causa a sua credibilidade e dando como exemplo o
facto de, na sua perspetiva, o Governo nunca ter esclarecido qual a
decomposição por empresa, assim como o período de longevidade, resultante do
corte de cerca de 1,8 milhões de euros nas rendas de energia.
O líder socialista
disse que espera por essa resposta há vários meses (desde junho de 2012), mas
que ainda não a obteve, levando-o, por isso, a colocar a hipótese de estar
perante "propaganda" e de "o primeiro-ministro estar a esconder
dos portugueses" o que na realidade se passa nessa matéria.
Perante estas
questões, Pedro Passos Coelho respondeu que a poupança de 1753 milhões de euros
com o corte das rendas na energia se estende até 2020, que esta linha de ação
do executivo está inscrita no memorando da 'troika' e que "visa corrigir o
défice tarifário".
O primeiro-ministro
disse ainda que a decomposição do corte nas rendas da energia, por área de
atividade, "não houve nenhum jornal que não a publicasse
discriminada".
"Dado o
caráter público e oficial desta explicação, que ocorreu há bastante tempo, não
me pareceu que o senhor deputado requeresse alguma informação mais
detalhada", alegou.
Depois, o
primeiro-ministro justificou o motivo de não haver informação detalhada por
operador, ou por empresa, no corte das rendas da energia.
"O senhor
deputado quer saber quanto é que cada empresa produtora de energia contribuiu
para a solução, mas a isso não lhe posso responder porque não sei, já que não
sou o 'chairman' da EDP, nem 'o chairman' de qualquer outra empresa
produtora", disse.
A seguir,
dirigiu-se a Seguro diretamente: "Não percebe a diferença entre aquilo que
são as negociações feitas para rever as rendas que estão estimadas e a forma
como em cada empresa se forma o respetivo valor".
"Eu não
respondo por cada uma das empresas. No entanto, no caso específico da EDP com
os CMEC (Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual), contabilizou-se em
cerca de 165 milhões de euros", acrescentou.
PMF // SMA
BE acusa
primeiro-ministro de não ter ideia da realidade após Passos apontar para
recuperação em 2014
O BE acusou hoje o
primeiro-ministro de não ter "a mínima ideia" do que vai acontecer à
economia com o corte de quatro mil milhões de euros, após este ter reiterado
que espera recuperação económica "a partir de 2014".
No início da sua
primeira intervenção durante um debate quinzenal na Assembleia da República, a
coordenadora bloquista, Catarina Martins questionou Passos Coelho "sobre
qual a recessão que o Governo espera provocar com um corte de 4 mil
milhões" e se tem algum estudo sobre o impacto na economia.
"O Governo não
descobriu que a austeridade provoca recessão, toda a gente sabe, não há aqui
nenhuma surpresa, o que sabemos é que não há crescimento da economia com
excesso de dívida", contrapôs o chefe do Governo.
ATF//SMA
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