sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Portugal: PASSOS BANHA DA COBRA OUVE OPOSIÇÃO NO PARLAMENTO




PCP pede ao primeiro-ministro que se "cale para sempre" com o "embuste da equidade"

Lusa

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, pediu hoje ao primeiro-ministro que "se cale para sempre" com o discurso da "equidade dos sacrifícios", afirmando que Governo quer "menos Estado para os reformados e mais Estado para a banca".

"Hoje os portugueses estão confrontados com menos Estado para os doentes, menos Estado para os reformados, mas mais Estado para a banca", afirmou Jerónimo de Sousa, pedindo ao primeiro-ministro que "se cale para sempre com o embuste da equidade dos sacrifícios".

Jerónimo de Sousa levou ao debate as declarações do presidente do BPI, Fernando Ulrich que, a propósito das medidas de austeridade, afirmou: "E se aquelas pessoas que nós vemos ali na rua, (os sem-abrigo) naquela situação e sofrer tanto aguentam porque é que nós não aguentamos? Parece-me uma coisa absolutamente evidente".

O secretário-geral do PCP considerou que as declarações são "uma vergonha" e expressaram "de forma cruel a conceção daquilo que é o capitalismo".

Jerónimo de Sousa frisou que o banco teve em 2012 cerca de 249 milhões de euros de lucros, 160 dos quais resultado de compra da dívida portuguesa, e acusou o Governo de manter uma política que continua "a esmifrar os portugueses".

"Não é o senhor deputado que me manda calar ou falar, não me leve a mal", começou por responder Passos Coelho, dizendo que não poderia responder por nenhum banqueiro.

O primeiro-ministro defendeu a necessidade de estabilização do sistema financeiro e questionou "como é que é possível" que o PCP considere que o Governo favoreceu a banca quando apenas cinco mil milhões de euros dos 78 mil milhões do empréstimo foram usados para a estabilização do sistema financeiro.

"A estabilização do sistema financeiro representa algo de muito importante para os portugueses, não só porque as suas poupanças lá estão colocadas mas também porque dela depende o financiamento da economia", afirmou.

Passos Coelho disse depois que "infelizmente os bancos portugueses" têm tido níveis de rentabilidade extremamente baixos" e "esse é um desafio que eles devem enfrentar porque não é o Estado que vai resolver esse problema".

SF // SMA

Seguro exige a Passos que "cortes no Estado" sejam primeiro apresentados aos portugueses

O secretário-geral do PS exigiu hoje ao primeiro-ministro que o corte de quatro mil milhões de euros na reforma do Estado seja apresentado primeiro aos portugueses e que especifique por empresa o corte nas rendas da energia.

Estas questões foram levantadas por António José Seguro no debate quinzenal, na Assembleia da República, marcado por mais uma discussão tensa com Pedro Passos Coelho.
"Senhor primeiro-ministro, não esconda dos portugueses o corte de quatro mil milhões de euros e diga aqui hoje no Parlamento quais são os cortes e onde é que vai fazê-los na saúde, na educação e na proteção social. Não entregue à 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) um plano de cortes sem primeiro o apresentar aos portugueses e discuti-lo no Parlamento", disse Seguro.

Logo na sua primeira intervenção, o secretário-geral do PS atacou o primeiro-ministro, sustentando que estava em causa a sua credibilidade e dando como exemplo o facto de, na sua perspetiva, o Governo nunca ter esclarecido qual a decomposição por empresa, assim como o período de longevidade, resultante do corte de cerca de 1,8 milhões de euros nas rendas de energia.

O líder socialista disse que espera por essa resposta há vários meses (desde junho de 2012), mas que ainda não a obteve, levando-o, por isso, a colocar a hipótese de estar perante "propaganda" e de "o primeiro-ministro estar a esconder dos portugueses" o que na realidade se passa nessa matéria.

Perante estas questões, Pedro Passos Coelho respondeu que a poupança de 1753 milhões de euros com o corte das rendas na energia se estende até 2020, que esta linha de ação do executivo está inscrita no memorando da 'troika' e que "visa corrigir o défice tarifário".

O primeiro-ministro disse ainda que a decomposição do corte nas rendas da energia, por área de atividade, "não houve nenhum jornal que não a publicasse discriminada".

"Dado o caráter público e oficial desta explicação, que ocorreu há bastante tempo, não me pareceu que o senhor deputado requeresse alguma informação mais detalhada", alegou.

Depois, o primeiro-ministro justificou o motivo de não haver informação detalhada por operador, ou por empresa, no corte das rendas da energia.

"O senhor deputado quer saber quanto é que cada empresa produtora de energia contribuiu para a solução, mas a isso não lhe posso responder porque não sei, já que não sou o 'chairman' da EDP, nem 'o chairman' de qualquer outra empresa produtora", disse.

A seguir, dirigiu-se a Seguro diretamente: "Não percebe a diferença entre aquilo que são as negociações feitas para rever as rendas que estão estimadas e a forma como em cada empresa se forma o respetivo valor".

"Eu não respondo por cada uma das empresas. No entanto, no caso específico da EDP com os CMEC (Custos de Manutenção de Equilíbrio Contratual), contabilizou-se em cerca de 165 milhões de euros", acrescentou.

PMF // SMA

BE acusa primeiro-ministro de não ter ideia da realidade após Passos apontar para recuperação em 2014

O BE acusou hoje o primeiro-ministro de não ter "a mínima ideia" do que vai acontecer à economia com o corte de quatro mil milhões de euros, após este ter reiterado que espera recuperação económica "a partir de 2014".

No início da sua primeira intervenção durante um debate quinzenal na Assembleia da República, a coordenadora bloquista, Catarina Martins questionou Passos Coelho "sobre qual a recessão que o Governo espera provocar com um corte de 4 mil milhões" e se tem algum estudo sobre o impacto na economia.

"O Governo não descobriu que a austeridade provoca recessão, toda a gente sabe, não há aqui nenhuma surpresa, o que sabemos é que não há crescimento da economia com excesso de dívida", contrapôs o chefe do Governo.

ATF//SMA

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