segunda-feira, 18 de março de 2013

Plataforma 15 de Outubro exige demissão do governo num protesto hoje em Lisboa




Jornal i - Lusa

A Plataforma 15 de Outubro vai concentrar-se hoje em frente ao Ministério das Finanças, em Lisboa, para “deixar uma mensagem séria a Vítor Gaspar” e exigir a demissão do Governo, disse à agência lusa um dos membros do movimento.

Em declarações à agência Lusa, Alexandra Martins informou que a concentração, organizada pela plataforma que reúne vários movimentos sociais contra a austeridade, está marcada para as 18:00 em frente ao Ministério das Finanças e tem como mote “4 mil milhões de razões para se demitirem”.

“Quatro mil milhões parecem-nos mais do que razão suficiente para protestar e dizer a Vítor Gaspar [ministro das Finanças] para realmente ter cuidado com o que vai anunciar. O povo não aguenta mais, estamos no limite e a provar está o exemplo da Grécia, Espanha e mais recentemente do Chipre”, explicou.

Alexandra Martins salientou que, apesar de não se falar no assunto, "é bom lembrar que a Grécia está à beira de uma guerra civil” e a Espanha está próxima de ficar numa situação social como a dos gregos.

“É verdade que ainda não conseguimos com as manifestações a demissão do Governo, mas a mobilização tem sido cada vez maior, o que demonstra que as pessoas estão mais conscientes de que estão a ser roubadas e que pode acontecer uma coisa que aconteceu recentemente no Chipre, que é um roubo descarado”, disse.

Na opinião de Alexandra Martins, já foram “quebradas todas as fronteiras que pudessem existir em relação à decência na atuação da grande finança”.

Na sexta-feira, a União Europeia tomou a decisão inédita de impor uma taxa sobre depósitos bancários no Chipre, em troca do resgate financeiro.

Na origem da concentração de hoje está, de acordo com a Plataforma 15 de Outubro, o aumento do desemprego, da fome, da miséria e da atuação de um “governo que, mais uma vez, mostrou a sua face ao anunciar mais despedimentos na função pública”.

Para a Plataforma 15 de outubro, a política do Governo “é incoerente e vai levar o país à bancarrota”.

À Lusa, Alexandra Martins realçou que a situação "é insustentável" e adiantou que a maioria das pessoas que conhece já não consegue comer todos os dias ou então faz apenas uma refeição diária.

“É impossível saber quantas pessoas vão participar na ação de hoje. Não estamos a falar de uma manifestação como a de 02 de março. Hoje será um protesto mais simbólico, mas contamos ter lá apoio suficiente para deixar uma mensagem séria ao Gaspar”, concluiu.

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