Diário de Notícias
- Lusa
O local da
concentração escolhido, defronte do cemitério de Santa Ana, à frente do comando
provincial da polícia nacional, encontra-se sob total controlo de dezenas de
polícias, entre os quais agentes de polícia de intervenção rápida e polícia a
cavalo.
Os jornalistas
foram impedidos de trabalhar e obrigados a afastarem-se do local, e um número
indeterminado de manifestantes, que começou a concentrar-se a partir das 10:00
da manhã de hoje, estavam cerca do meio-dia a dirigir-se para o local da
manifestação.
A intenção dos
organizadores da manifestação é protestar contra o desaparecimento de dois
jovens angolanos, a 27 de maio do ano passado, que participavam num protesto.
Isaías Cassule e
António Alves Kamulingue desapareceram após uma manifestação de veteranos
organizada nessa data, em Luanda.
O desaparecimento é
referido no relatório que a organização Human Rights Watch (HRW) enviou ao
Conselho dos Direitos Humanos da ONU sobre Angola.
Em dezembro, após
uma reunião com familiares dos dois desaparecidos, o Governo angolano anunciou
uma investigação ao ocorrido, mas a HRW afirmou desconhecer qualquer avanço
desde então.
"Não sabemos
se estão vivos ou mortos. Tornou-se um hábito o desaparecimento de pessoas sem
explicações", afirmou o ativista, que deixou um apelo aos 'media'
internacionais para darem voz ao "protesto pacífico" de dia 30.
"Vamos gritar
que basta de violência, de sequestros, de prisões arbitrárias", disse o
mesmo elemento, acrescentando que os organizadores deram a conhecer ao governo
provincial "há mais de uma semana" a realização da manifestação.
Este não é o
primeiro protesto contra o desaparecimento dos dois angolanos. No passado dia
22 de dezembro, a polícia reprimiu uma manifestação organizada em Luanda para
exigir uma explicação oficial sobre o paradeiro de Cassule e Kamulingue, refere
o relatório da HWR.
Sem comentários:
Enviar um comentário