Rui Peralta, Luanda
I - O Wall Street
Journal publicou recentemente um interessante trabalho sobre o programa
conjunto USA / Coreia do Sul (ver fontes). Em determinado momento um oficial
superior da administração Obama declara: "The concern was that we were
heightening the prospect of misperceptions on the part of the North Koreans,
and that that could lead to miscalculations." Ora este é um dos pontos que
não é explicado aos consumidores de notícias (vulgo todos nós) que ficamos
perplexos com a atitude do líder norte-coreano.
É evidente que os
norte-coreanos podem interpretar erroneamente algumas questões relacionadas com
o programa conjunto entre os USA e a Coreia do Sul, que entre outras acções,
invoca exercícios conjuntos de simulação para ocupação do norte da Coreia,
ataques nucleares concisos e eliminação física do presidente norte-coreano. A
preocupação do oficial da administração Obama tem razão de ser. Os
norte-coreanos podem interpretar mal programa conjunto.
Vamos supor que o
México e a Federação Russa elaboram um programa conjunto de cooperação militar,
que inclua exercícios conjuntos simulando a eliminação física do presidente dos
USA, ataques concisos nucleares a território norte-americano e ocupação do
mesmo, a partir do território mexicano. Não será que os norte-americanos iriam
reagir com base numa provável má interpretação? (Como foi que reagiram durante
a crise dos mísseis em Cuba? Recordam-se?).
II - O problema é que os meios de
comunicação nunca focaram esta questão, limitando-se às ameaças norte-coreanas,
mas nunca debruçando-se sobre o que causou este comportamento. E não apenas
este comportamento.
A opção nuclear da
Coreia do Norte é absolutamente realista não só no plano militar defensivo, mas
também ao nível económico, uma vez que torna o país menos dependente dos
factores externos energéticos. Ou seja o nuclear, neste sentido, é
absolutamente aceitável, pois é uma questão de soberania. Por um lado é uma
opção energética viável e que poderá solucionar problemas de diversa ordem aos
norte-coreanos, demasiado dependentes do fornecimento petrolífero por parte da
China e da Rússia. Por outro lado, perante os programas de cooperação militar
ente os USA e a Coreia do Sul, que utilizam abertamente a opção nuclear
militar, é absolutamente razoável que os norte-coreanos procurem uma resposta á
altura dos meios empregues pelos seus adversários do Sul.
Por muto que o Secretário
norte-americano da Defesa, Chuck Hagel, esforce-se por passar a mensagem que o
programa de cooperação militar não é uma provocação (not provocative), um facto
é que isso não explica questões como a do OPLAN 5029, um plano operacional,
cujo cenário é um colapso do regime norte-coreano. E por muito que Chuck Hagel
tente explicar isso aos norte-coreanos, torna-se impossível explicar as afirmações
publicas de oficiais superiores sul-coreanos e de altos funcionários do
Ministério sul-coreano da Defesa que consideraram a morte de Kim Jong- Il uma
vulnerabilidade do regime, devendo ter sido aproveitada para se passar á
prática o cenário desenvolvido no OPLAN 5029.
III - Mas Chuck Hagel também não consegue
explicar as suas próprias palavras, quando no passado dia 4 de Abril afirmou: “We
have security issues here that we have to protect, and commitments and our
security interests. So, no, I don’t think we’re doing anything extraordinary or
provocative or out of the—out of the orbit of what nations do to protect their
own interests and assure, as the general said, especially not only to our South
Korean ally, but to our other allies in that region, that we must make clear
that these provocations by the North are taken by us very seriously and we’ll
respond to that.” Esta afirmação do Secretário da Defesa dos USA é
completamente irresponsável e falaciosa, para além de ser uma deturpação da
realidade histórica.
A Guerra da Coreia nunca terminou. É o
mais prolongado conflito externo em que os USA se envolveram. O Armistício foi
assinado em 1953 (já lá vão 60 anos) e estipulava um prazo de 3 meses para que
a Republica Democrática e Popular da Coreia, os USA e a Republica Popular da
China (os três signatários do armistício) sentassem-se á mesa das negociações e
trabalhassem um acordo de paz permanente. Isso nunca aconteceu, sendo um ponto
essencial do acordo de cessar-fogo que nunca foi cumprido. A outra estipulação, ou recomendação, era
que todas as forças estrangeiras deveriam retirar-se da Península da Coreia.
Também isso nunca aconteceu. A China retirou as usas forças, quase
imediatamente após a assinatura do armistício, mas os USA, 60 anos depois,
mantêm na Península Coreana 28 mil e 500 militares e cerca de 40 bases.
A Guerra da Coreia foi uma guerra
assimétrica, na qual os USA assumiram o comando do espaço aéreo e despejaram
toneladas de bombas sobre os territórios da Coreia do Norte. Morreram cerca de
4 milhões de pessoas, grande maioria das quais, civis. Só a Coreia do Norte
sofreu mais de três milhões e quinhentos mil mortos, dos quais 70% eram civis.
Quando os USA enviam, na actualidade,
os bombardeiros B-2 e fazem jogos de guerra na península coreana, que envolvem
cenários nucleares e simulações de ocupação, é evidente que isso perturba os
norte-coreanos, que não esqueceram as vitimas provocadas pelos bombardeamentos
norte-americanos na Guerra da Coreia e aos quais atribuem grande parte das suas
dificuldades económicas, principalmente no sector agrícola, devido aos químicos
utilizados nas bombas, como o agente laranja. Não é por acaso que Bruce
Cummings, historiador e professor da Universidade de Chicago, designou, nos
seus estudos sobre a Guerra da Coreia, os bombardeamentos norte-americanos de "bombing
holocaust."
Segundo o general norte-americano
Curtis Lemay, que participou na Guerra da Coreia, cerca de 20% da população
coreana foi aniquilada, cinco milhões foram desalojados e originou cerca de
dois milhões de refugiados. Os historiadores recordam as ordens do general
McArthur aos pilotos dos bombardeiros norte-americanos, proibindo-os de
regressarem das suas missões com bombas a bordo. Todas as construções com mais
de um piso, na Coreia do Norte, foram convertidas em escombros e calcula-se que
os USA lançaram mais bombas sobre a Republica Popular Democrática da Coreia do
que sobre a Alemanha durante a II Guerra Mundial.
IV - O regime norte-coreano é um regime
nacionalista, baseado no culto da personalidade, onde o cargo máximo da nação é
assumido de forma hereditária, por uma família de Grandes Lideres, todos
Queridos Lideres, sendo actualmente o Jovem Querido e Grande Líder Kim Jong-Un,
sucessor do seu pai, Kim Jong-Il, que por sua vez sucedera ao seu pai (avô do
actual Jovem Querido e Grande Líder) Kim
Il-Sung, Pai da nação.
Com uma base ideológica assente numa
estranha mistura de marxismo-leninismo, ao mais puro estilo estalinista,
fascismo (os grandes e carismáticos lideres, o ultra-nacionalismo e o estado
permanente de mobilização) e uma filosofia tradicional da região, o Juche (que
foi de imediato aproveitada como o ingrediente que dá mais sabor á sopa), a
Coreia do Norte é um imenso gullag, um espaço concentracionário e unidimensional.
Esse foi o preço pago pela luta anti-imperialista, que obrigou a esforços
sobre-humanos e que calou a guerra de classes, afogando a soberania popular
numa mordaça constituída em nome da soberania nacional.
O desmembramento da URSS e a
restauração capitalista na China deixaram a Coreia do Norte isolada em termos
políticos e económicos. Isto somado às inundações de 1995 e 1996 e á
administração burocrática (que apresenta os habituais sintomas de corrupção)
originaram a grave escassez de alimentos em 1997, originando a fome. Para além
da grave crise alimentar, que ainda persiste, o país sofre de cortes eléctricos
permanentes e graves problemas de abastecimento petrolífero.
Nos finais da década de 90 o país
ensaia uma abertura aos mercados, ao estilo chinês. Com salários mensais médios
de 60€, sem sindicatos nem direito á greve, o investimento estrangeiro directo
foi autorizado em 1999. Instalaram-se empresas chinesas e as multinacionais
sul-coreanas, para alem dos investimentos da FIAT, SIEMENS e outros da Rússia,
Paquistão, Singapura e Tailândia, nos sectores mineiros, petrolíferos e transportes.
A sul-coreana Hyundai iniciou um complexo industrial em Kaesong, uma Zona
Especial, a 7 km
da fronteira com a Coreia do Sul. Em Kaesong laboram cerca de 123 fábricas, que
empregam 54 mil trabalhadores, na área do calçado, componentes electrónicos e
relógios, com horários de 48 horas semanais.
O salário médio de um trabalhador
especializado sul-coreano é de 2 mil euros, enquanto o norte-coreano, na mesma
área de especialidade recebe um salário médio de 60 euros, reduzidos a 50 euros
se for na Zona Especial de Kaesong. As empresas estrangeiras efectuam o
pagamento ao Estado, que por sua vez paga ao trabalhador, em moeda nacional.
V - Periodicamente os monopólios globais da
comunicação social criam diabólicos personagens. Neste rol de maus da fita
constam, entre muitos outros, os nomes de Fidel Castro, dos líderes
norte-coreanos, de Hugo Chaves e mais recentemente de Evo Morales. Hollywood
deu o mote, ao apresentar os norte-coreanos como tipos sinistros, maquiavélicos
e cruéis. A comunicação social seguiu o rasto e Kim Il-Sung era um agente do
comunismo internacional e um feroz e impiedoso ditador, o filho Kim Jong-Il foi
um lunático corrupto e pelas imagens que temos do jovem Kim Jong-Un, sabemos
que é um baixinho gorducho, que gosta de andar a cavalo, que usa dois caracóis
de cabelo que lhes caem sobre a testa, que casou com uma actriz mais velha do
que ele, que estudou na Suíça e que passa a vida a perturbar a paz no Pacifico.
Um facto é que para além desta falácia
mediática, que visa deturpar a realidade, dos 195 Estados das Nações Unidas, 193 condenaram a Coreia do Norte, sendo
as duas excepções Cuba e a Bielorrússia. Por sua vez o Conselho de Segurança da
ONU aprovou por unanimidade em Janeiro deste ano a resolução 2087, destinada a
reforçar e a recrudescer o bloqueio económico á Coreia do Norte, bloqueio que
já tem 60 anos.
Para a opinião pública a Coreia do
Norte é um Estado de malfeitores, conforme pintam os cenários de Hollywood e os
monopólios mediáticos, ideia que é depois reforçada perante estas unanimidades
e grandes maiorias em torno da condenação do regime dos Grandes, Queridos e
Amados Lideres. Falar de Pyongyang a alguém é o mesmo que falar das grandes estátuas
dos líderes e dos retratos omnipresentes por toda a cidade. Falar da Coreia do
Norte com os nossos amigos á mesa do café é o mesmo que falar de um filme da série
do James Bond. Ou seja é uma realidade desconhecida e trabalhada, distorcida,
pelo Ocidente, que durante seis décadas foi alterando a Historia á sua maneira.
VI - De 1910 a
1945 a Península
Coreana foi ocupado pelo Japão e tornada colónia do Império Japonês. Durante
este período as rebeliões foram duramente reprimidas. Em 1930 os japoneses
criaram Esquadrões experimentais para experimentar armas biológicas, sendo os
coreanos as cobaias. Destes Esquadrões o mais célebre e de triste memoria na
região, foi o Esquadrão 731, conhecido pela sua crueldade e que foi acusado de
ter superado os experimentos do nazi alemão Josef Mengele. Outra das
barbaridades da ocupação japonesa foi o facto do exército imperial japonês ter
ao seu serviço 200 mil mulheres, conhecidas como mulheres de prazer, coreanas
forçadas á condição de objectos sexuais dos ocupantes.
Em 1945 a Península Coreana foi
libertada, a norte pelos soviéticos e a sul pelos norte-americanos. Em 1948
foram convocadas eleições para a reunificação do país, que os norte-americanos
decidiram suspender, ao serem confrontados com o facto de Kim Il-Sung, o líder
do norte e secretário-geral do Partido do Trabalho da Coreia (designação que o
Partido Comunista Coreano adoptou no norte, depois da fusão com outros
partidos, no âmbito da Frente Única, mantendo no sul a designação de Partido
Comunista da Coreia) ser o candidato com mais apoio por parte da população
coreana. O cancelamento das eleições foi feito em nome da ameaça comunista e a
divisão do país tornou-se permanente.
VII - Estes factos históricos nunca são relatados
nos órgãos de comunicação dos monopólios generalizados. A Historia recente da
Coreia é sempre bem camuflada, senão mesmo ignorada. E o mesmo se passa com o
presente. A Coreia do Norte é o único país do mundo que não tem o direito de
lançar um satélite de observação para avaliar a extensão das suas áreas florestais
e prognosticar a produção agrícola.
Imediatamente a
seguir ao lançamento do seu satélite, a maioria dos Estados apoiaram, sem
reflectirem e analisarem, a iniciativa dos USA de condenar este lançamento,
como sendo uma prova irrefutável de um míssil balístico, apesar dos pareceres
técnicos dos especialistas (caso do técnico aeroespacial alemão Marcus Schiller
e do analista de segurança espacial Michel Elleman do International Institute
for Strategic Studies) que declararam não ser comparável um lançamento de um
satélite ao de um míssil balístico.
No mesmo dia a Índia
fez testes de lançamento de um míssil balístico e algum tempo depois a Coreia
do Sul lançou um míssil desta categoria, sem avisar ninguém, e nenhum Estado
objectou. Quando a desinformação controlada substitui o conhecimento livre,
fica estabelecido o reino da ignorância.
O representante da
RPDC na ONU, So Se Pyong declarou: “Desde a fundação das Nações Unidas foram
realizados no mundo cerca de dois mil testes nucleares, dos quais só três eram
da RPDC. Foram lançados cerca de dois mil balísticos, dos quais apenas 4 eram
da RPDC.”
Estas declarações do representante
norte-coreano são interessantes e reveladoras da manipulação efectuada em torno
desta questão. Apesar de ser membro da Agencia Internacional de Energia
Atómica, desde 1984 e signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear, á
Coreia do Norte não lhe é permitido o desenvolvimento dos seus projectos
nucleares energéticos, nem usufruir do direito de utilização do espaço sideral.
VIII - A situação na Península Coreana
agravou-se no passado mês de Março, quando os USA e a Coreia do Sul iniciaram
as manobras militares Key Resolve, caracterizadas por uma exuberância de meios
e de força, que levaram o regime norte-coreano (por pressão da difícil situação
interna) a relembrar os acontecimentos de 1950, que deram origem á Guerra da
Coreia. Os norte-coreanos deram ordem de alerta às forças armadas e chamaram os
4 milhões de reservistas. Ao observarem os B-52 e os B-2 a sobrevoarem a península a
baixa altitude, anunciaram o estado de guerra com a Coreia do Sul, cancelando o
armistício de 1953, que nunca fora cumprido, o que legalmente implica que a
guerra prolongou-se de 1953 até hoje.
Os monopólios da comunicação social
usaram esta declaração e lançaram uma campanha de histeria, acusando a RPDC de
ser um potencial agressor e provocador. E a coisa continuaria incólume (e de
certa forma continua) se a 3 de Abril Adam Entous e Julian Barnes, jornalistas
do Wall Street Journal não tivessem revelado provas conclusivas de um plano da
administração Obama, com o nome de código de The Palybook, cujo objectivo era o
de aumentar a tensão na península coreana e fazer derrapar a economia
norte-coreana, O plano é também um pretexto para demonstrar a necessidade de
uma maior presença militar norte-americana na Ásia Oriental e no Pacifico, em
geral.
O aumento da presença norte-americana
no Pacifico começou a afirmar-se no segundo mandato de Obama com o plano Eixo
Asiático, orientado no sentido de conter a China. O objectivo é similar ao da
Guerra das Estrelas, no tempo de Reagan, que provocou danos na economia da
URSS, devido aos gastos excessivos que obrigou os soviéticos a suportar, para
manterem o equilíbrio tecnológico militar.
Os teóricos norte-americanos consideram
que a China e a Rússia, após 2015, atingirão um potencial difícil de alcançar.
Para que isso não aconteça este é o momento de agir, aproveitando as indecisões
geoestratégicas e geoeconómicas (indecisões demonstradas na Líbia, na Síria e agora
na Coreia). Para isso os USA devem aumentar a sua presença militar e económica
na região do Pacifico. As 17 manobras militares que os USA realizaram na região
no ano passado, perseguem este fim, assim como o Tratado Económico do
Pacifico.
IX - Perdida na confusão do momento, pelo
menos nas intenções, fica a questão da unificação da Coreia, uma questão
complexa. Para os USA, a unificação terminaria com a razão principal da sua
presença na península. Para a China e a Rússia, representaria a perda de um
espaço de contenção, pois a Coreia do Norte tem uma larga faixa fronteiriça com
a China e outra, de menor dimensão, com a Rússia. Portanto pela parte destes
três países a reunificação da Coreia é algo que pode ser eternamente adiado, ou
pelo menos, colocada na agenda dos assuntos pendentes a longo prazo.
Também para o regime norte-coreano a
reunificação representaria o seu fim imediato. Embora os Grandes, Queridos e
Amados Lideres, falem constantemente da reunificação, isso é mais um discurso para
consumo interno, do que propriamente um objectivo pretendido. Os únicos que
beneficiariam, efectivamente com a reunificação, seria a Coreia do Sul, ou
melhor, a burguesia sul-coreana, que veria expandir os seus negócios pelo norte
da península, aproveitando uma mão-de-obra barata e dócil, o que consistiria
num factor de pressão sobre a mão-de-obra do sul, especializada, cara e
organizada em fortes estruturas sindicais, que impõem negociações difíceis para
as corporações sul-coreanas. Seria, portanto um processo muito similar ao da
reunificação da Alemanha.
X - O único ponto de partida real para a
paz na região é a aceitação do facto de que a Coreia do Norte é um membro do
clube nuclear. E é por direito próprio. É uma questão de soberania. Hoje, ao
contrário das décadas anteriores, onde o nuclear era um clube de cavalheiros
ricos, onde de vez em quando eram admitidos gorilas que sabiam dizer YES, o
nuclear tornou-se uma questão soberana, relacionada não apenas com a questão
militar, mas com uma questão mais profunda: a soberania de recursos e o baixo
custo energético, factores vitais para o desenvolvimento.
Só temem a proliferação nuclear,
aqueles que pretendem manter o monopólio desse recurso e dessa tecnologia. Se a
Agencia Atómica Internacional, não estiver sob o controlo dos cavalheiros ricos,
a supervisão e o cumprimento dos tratados tornam-se eficazes e efectivos. É
evidente que tem de existir um controlo efectivo e eficaz e que poderão ter de
ser criados mecanismos mais descentralizados para aumentar a eficácia desse
controlo, a nível nacional, regional, inter-regional e global. Enquanto as normas não forem aplicadas de
forma igual para todos, terminando com o monopólio do nuclear, este será sempre
incontrolável e de utilização suspeita.
XI - É provável que Hollywood já tenha um
argumento para mais um filme propagandístico encoberto, baseado nos
acontecimentos actuais, nesta região. Talvez um argumento onde os
norte-coreanos lancem um míssil, que quando vai no ar começa a rabear e retorna
ao ponto de partida, destruindo Pyongyang. Os norte-americanos irão a correr
ajudar o povo norte-coreano, vítima do acto impensado do seu cruel regime e os
patrões dos conglomerados sul-coreanos apareçam a distribuir pão, água e outras
doçarias pelas criancinhas de Pyongyang e o povo, vestido de T-shirts com a
estátua da liberdade gravadas, saúde com bandeirinhas norte-americanas os
soldados norte-americanos que deitam abaixo as enormes estátuas dos ex-Grandes,
ex-Queridos e ex-Amados ex-Lideres.
É apenas, mais um american dream. Nada
mais…(Se fizerem o filme lembrem-se dos direitos de autor, já que defendem
tanto a propriedade intelectual).
Fontes
Sorans, Miguel ¿Es
posible una nueva guerra? http://www.rebelion.org
Goodman, Amy and
Hong, Christine http://www.democracynow.org
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