domingo, 14 de abril de 2013

ANGOLA E RD CONGO VÃO DISCUTIR MARCOS FRONTEIRIÇOS A PARTIR DE JUNHO




NME – VM - Lusa

Luanda, 14 abr (Lusa) - Uma equipa de técnicos de Angola e da República Democrática do Congo vão a partir de junho iniciar os trabalhos de reavaliação sobre os marcos fronteiriços entre os dois países, noticiou hoje o Jornal de Angola.

Após dois dias de trabalho, os governadores das províncias angolana da Lunda-Norte, Ernesto Muangala, e da congolesa Kassai Ocidental, Félix Kande Mupompa, assinaram no sábado em Kananga (RDC) um memorando em que se comprometeram a consolidar as relações de amizade, solidariedade e cooperação entre as duas regiões, nos domínios da defesa, segurança e ordem pública, agricultura, saúde e incremento das trocas comerciais.

O referido acordo recomenda a troca de informações entre os dois países no sentido de ultrapassar as dúvidas sobre a existência dos marcos fronteiriços números três e quatro e do estado físico dos marcos 13, 14 e 15, tendo para o efeito sido criada a equipa de 20 técnicos.

Há vários anos, os Governos de Angola e da RDCongo vêm discutindo a questão do posicionamento dos marcos fronteiriços entre os dois Estados vizinhos e com uma fronteira comum de 2.511 quilómetros de extensão.

Em 2009, o atual ministro das Relações Exteriores de Angola, Georges Chicoti, disse no seu regresso a Luanda depois de conversações com o Governo congolês que devido ao longo processo de instabilidade vivido pelos dois Estados alguns dos marcos deixaram de existir, sublinhando a necessidade de "um estudo profundo sobre os marcos fronteiriços".

"Há casos de marcos fronteiriços que não possuem documentos que comprovam que sejam parte de Angola ou do Congo Democrático", disse Georges Chicoti naquela ocasião.

Na altura, o ministro recordou ainda que o Governo da RDCongo apresentou ao Tribunal dos Direitos do Mar a sua preocupação relativamente aos limites das fronteiras marítimas, porque toda a informação existente sobre o assunto é a herdada do regime colonial.

Segundo o diário angolano, o governo da Lunda-Norte manifestou a sua preocupação com o assistir a uma "invasão silenciosa de imigrantes ilegais do seu território".

Entre os imigrantes ilegais constam cidadãos oeste-africanos, que atravessam as fronteiras congolesas para Angola, sendo a província diamantífera da Lunda-Norte uma das principais portas de entrada para o país.

No documento, as partes reafirmaram o seu compromisso em respeitar os diferentes acordos existentes e sensibilizar as populações ao respeito às normas migratórias, tendo o Governo angolano solicitado às autoridades congolesas "maior controlo da sua fronteira", impedindo assim a imigração clandestina para Angola de cidadãos de terceiros Estados.

A imigração ilegal é um assunto que tem deixado bastante preocupado o Governo angolano, registando-se o maior número de violações na fronteira com a RDCongo, local onde estão localizados os comités de receção, com a utilização de barcos e outros meios para a entrada ilegal.

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