quinta-feira, 4 de abril de 2013

ANGOLA TEM UMA “DEMOCRACIA DE FACHADA”- Abel Chivukuvuku (oposição)




EL – APN - Lusa

Luanda, 02 abr (Lusa) - Angola tem uma "democracia de fachada", com um "autoritarismo caracterizado pelo poder pessoal de um só cidadão", acusou em Luanda Abel Chivukuvuku, líder da terceira maior força política angolana.

Chivukuvuku, que intervinha na abertura do primeiro congresso extraordinário da Convergência Ampla de Salvação de Angola-Coligação eleitoral (CASA-CE), disse que a reunião visa lançar as bases que farão daquela força "o fator definidor da agenda política nacional".

"A história recente de Angola demonstra que o país está envolvido em três processos de transição desde 1991, um dos quais culminou razoavelmente e os outros dois estagnaram e foram desvirtuados", defendeu.

Segundo Abel Chivukuvuku, antigo dirigente da UNITA, maior partido da oposição, o primeiro processo, iniciado com os acordos de paz de Bicesse, em 1991, vigorou até abril de 2002, "graças ao contributo de todos os angolanos", defendeu.

"O segundo processo de transição visava a transformação do Estado totalitário de partido único que imperou desde a independência de Angola, até 1991, para um Estado democrático e de direito", acrescentou.

"Infelizmente este processo estagnou e foi conscientemente adulterado. Hoje impera em Angola uma democracia de fachada, quando em verdade se trata de um autoritarismo caracterizado pelo poder pessoal de um só cidadão", vincou.

O último processo de transição, iniciado igualmente em 1991, visava, segundo o líder da CASA-CE, a transformação da economia de planificação central e da propriedade exclusiva do Estado numa economia de mercado e de livre iniciativa.

Abel Chivukuvuku sustentou que este processo foi adulterado e hoje o país tem um "capitalismo anárquico dominado pela oligarquia nepótica e insaciável predadora dos recursos de todos os angolanos".

"O modelo económico, conscientemente implantado pelo detentor do poder pessoal, produziu uma estrutura social de alto risco para a estabilidade que o país precisa", defendeu.

A recente divulgação pela revista Forbes de que Isabel dos Santos, filha mais velha do Presidente angolano, é considerada a mulher mais rica de África, mereceu um comentário do líder da CASA-CE.

"Orgulhamo-nos de termos nossos concidadãos ricos e de entre eles a mulher mais rica de África e apenas uma década. No entanto, entristece-nos a forma como a maioria da população é relegada para a extrema pobreza, quando todos deveriam ter à partida direitos iguais e não só para os que tiveram acesso à riqueza por via paternal ou do exercício de cargos públicos", disse.

Na sua intervenção, Abel Chivukuvuku abriu as portas aos congressistas para se pronunciarem sobre a eleição do líder da coligação durante o congresso, que termina quinta-feira e frisou ser necessário "lançar o processo de transformação institucional" para que a coligação se transforme num partido político.

Os 1100 delegados eleitos, um dos quais proveniente de Portugal, vão debater ainda alterações estatutárias.

A CASA-CE completa quarta-feira um ano e foi a terceira força política mais votada nas eleições gerais de agosto de 2012, em que elegeu oito deputados.

Sob o lema: "Transformar, Crescer e Vencer para Realizar Angola", o congresso extraordinário da CASA-CE, conta com delegados provenientes das 18 províncias de Angola e da diáspora: Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, Espanha, França e República Democrática do Congo.

1 comentário:

Anónimo disse...

"DEMOCRACIA DE FACHADA" X "DEMOCRACIA DE FANTOCHADA".

SE ESTA É UMA "DEMOCRACIA DE FACHADA" (ADMITE-SE QUE ELA É IMPERFEITA), COM TANTAS IDAS DE CHIVUKUVUKU À EMBAIXADA DOS EUA,NÃO QUERERÁ ELE PARA ANGOLA UMA "DEMOCRACIA DE FANTOCHADA"!?

SE NÃO, QUEM PROVA O CONTRÁRIO?!

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