FP – MLL - Lusa
Bissau, 30 abr
(Lusa) - A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG), Central
Sindical, apelou hoje à compreensão dos trabalhadores "no sentido de
apertarem o cinto e consentirem sacrifícios a que foram impingidos a
sofrer".
Numa mensagem por ocasião
do 01 de Maio, dia do trabalhador, a central sindical afirma que o importante é
"saber viver consoante as circunstâncias", lutando "pela
sobrevivência" e por melhores condições de vida.
"Estejam
confiantes de que melhores dias virão, em que haveremos de esquecer as difíceis
condições que vivemos este 1.º de Maio de 2013", diz a mensagem.
Nesta data, segundo
o secretário nacional para a organização e dinamização sindical da UNTG, Pedro
de Carvalho, os trabalhadores da Guiné-Bissau não têm motivos para festejar,
porque até hoje a grande maioria ainda nem recebeu o ordenado de abril.
Na Guiné-Bissau, o
principal empregador é o Estado e, até agora, tirando as forças de defesa e
segurança, a maior parte dos trabalhadores ainda não recebeu o ordenado, apesar
de os funcionários do Ministério das Finanças terem interrompido uma greve
precisamente para possibilitar o pagamento de salários, disse o responsável.
Outro motivo para
não comemorar o dia do trabalhador, acrescentou, prende-se com o facto de até
agora Governo e sindicatos não se terem entendido na revisão dos salários e na
instituição de um salário mínimo, que na Guiné-Bissau não existe.
Na Função Pública,
o salário mais baixo é de 32 mil francos CFA (49 euros), mas a UNTG propõe que
seja criado um salário mínimo e que este seja de 90 mil francos (137 euros),
valor que considera mínimo para uma família pagar alimentos, renda de casa,
escola, medicamentos e transportes.
"O salário que
se pratica até agora é de miséria", disse Pedro de Carvalho à Lusa, acrescentando
que os sindicatos estão disponíveis para negociar a proposta dos 90 mil
francos, mas que os 32 mil é um valor inaceitável.
A UNTG quer também
que haja da parte do Governo uma definição de salários consoante as habilitações,
para acabar com a atual situação em que "há desigualdade em termos
remuneratórios nos Ministérios", disse.
A central sindical
afirma-se ainda, no comunicado, consciente do "desespero e desilusão"
dos trabalhadores e diz que agendou "propostas realistas" para o
Governo que for eleito nas eleições previstas para este ano, "tendo em
conta as limitações do atual Governo".
Garante igualmente
estar ao lado dos que lutam contra poderes antidemocráticos e por estabelecer
uma paz duradoura na Guiné-Bissau, tornando possível a colaboração
internacional e a criação de mais emprego e melhor nível de vida dos
trabalhadores.
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