30 de Abril de
2013, 13:46
O presidente da
UCID classificou hoje de "calamitosa" a situação do desempergo no
país e pediu ao Governo para “deixar de retórica”e criar condições para
que a banca nacional possa disponibilizar crédito aos empresários privados.
Em confrerência de
imprensda na cidade do Mindelo para comentar os dados do Instituto Nacional de
Estatísticas (INE) sobre o desemprego, apresentados na sexta-feira, 26,
António Monteiro explicou que “não obstante o Governo ter nos últimos três anos
feito grandes investimentos públicos”, estes não serviram para debelar a
“situação conflituosa” que “milhares de cabo-verdianos” estão a viver no seu
dia-a-dia por falta de emprego.
“A União Cabo
Verdiana Independente e Democrática não entende como é possível investir-se
tanto, mais de 100 milhões de contos, para, em três anos, termos quase
que a duplicação do desemprego, de cerca de 10 por cento (%) para cerca de
17%”, lançou, acrescentando que as medidas de política económica assumidas pelo
Governo foram “muito mal” aplicadas.
As medidas, segundo
o líder da UCID, serviram “apenas” para “aumentar a dívida pública” do país e
para “retirar aos privados” a capacidade de irem à banca nacional buscar esse
mesmo dinheiro para investimentos, o que considerou ser “concorrência desleal”
do Governo, já que “mais de 30%” dos montantes destinados aos investimentos
públicos foram disponibilizados pela banca.
A UCID têm dúvidas
em relação ao modelo do INE para calcular o desemprego e citou os casos de São
Vicente e do município de São Salvador do Mundo, na ilha de Santiago.
“No caso de São
Vicente, a taxa de desemprego é de 28,9 por cento, mas a ilha tem também cerca
de 17 por cento de pessoas que normalmente, numa semana, conseguem ter uma ou
duas horas de trabalho e são consideradas pelo INE como pessoas no
sub-emprego”, considerou António Monteiro, para quem a “taxa real” deve
andar à volta de 45%, porque “quem trabalha uma ou duas horas por semana” não
tem meios para satisfazer as necessidades básicas.
Em relação à São
Salvador do Mundo, o presidente da UCID enumerou uma uma taxa de desemprego de
cerca de três por cento e de sub-emprego de cerca de 53%, tudo somado, disse,
revela que 56 % da população activa de São Lourenço dos Órgãos está em “penúria
de trabalho”.
Por isso, António
Monteiro pediu ao Governo para criar as condições para que a banca nacional
disponibilize crédito e para os empresários assumirem na plenitude a dinâmica
económica do país, e para analisar a questão dos impostos e tome as medidas
capazes de permitir aos empresários dinamizar a economia principalmente os
empresários que estão em situação de falência devido à “carga” das Finanças.
“O INE veio trazer
um quadro negro do país que exige tomadas de posições urgentes para que se
criem as condições para debelarmos esse nível de desemprego, e esperamos que o
Governo tome as medidas necessárias”, concluiu o líder da UCID, que é também
deputado eleito por São Vicente.
Dados divulgados
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o desemprego no país indicam
um aumento no país de 12,7 por cento, em 2011, para 16,8 por cento, em 2012.
De acordo com os
números do o INE, os concelhos do Barlavento são os mais afectados pelo
desemprego do que os do Sotavento, excepto os municípios da Praia (17,2 por
cento) e de São Domingos (16,6 por cento), que têm taxas superiores à Boa Vista
(14,3 por cento).
Os dados do INE
revelam ainda que São Vicente é o concelho com maior número de desempregados,
apresentando uma taxa de desemprego de 28,9 por cento, muito acima da média
nacional, ao contrário do concelho dos Mosteiros que se verifica a menor taxa (1,5
por cento).
Sapo com Inforpress
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