Jornal i - Lusa
O secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, disse hoje que a proibição imposta pelo Ministério
das Finanças ao setor público de contrair novas despesas revela um Governo sem
rumo, fazendo da sua demissão “uma urgência nacional”.
Num discurso durante
o debate “Produzir mais para dever menos”, no Porto, o secretário-geral do PCP
disse que a ordem do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, “proibindo o recurso
a quaisquer gastos dos ministérios revela até onde este Governo quer ir com a
chantagem”.
“Mas é também a
face de um Governo sem norte, sem rumo, sem remendo e sem cura e, por isso
mesmo, a sua demissão é cada vez mais uma urgência nacional”, acrescentou o
dirigente do Partido Comunista Português.
Durante a
intervenção, Jerónimo de Sousa classificou, ainda, de “inaceitáveis” as
declarações e “ameaças” do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na sequência
da decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento do Estado,
acrescentando que demonstraram ser “um ato de desespero para se manter no poder”.
Horas antes, o PCP
expressou "indignação e repulsa" pelo teor do despacho
"chantagista" publicado pelo ministro das Finanças, que, acusaram,
visa "paralisar" o funcionamento dos serviços públicos, com
consequências no funcionamento de escolas e hospitais.
"Queria dar
nota da indignação e da repulsa do PCP pelo teor do despacho ontem
[segunda-feira] publicado da autoria do senhor ministro das Finanças e que, na
prática, visa paralisar a administração pública e dos serviços públicos deste
país. Visa paralisar o funcionamento das escolas, dos hospitais, dos centros de
saúde, das escolas, dos serviços de segurança social, ou seja, visa paralisar
boa parte do país", afirmou o deputado Honório Novo.
Os ministérios e
serviços do setor público administrativo, da administração central e da
segurança social estão proibidos de contrair nova despesa, de acordo com um
despacho assinado por Vitor Gaspar, que produz efeitos desde segunda-feira.
O despacho,
noticiado pelo ‘site’ do Diário Económico e confirmado à Lusa pelo Ministério
da Finanças, é o primeiro efeito prático da decisão de sexta-feira do Tribunal
Constitucional, e isenta apenas desta proibição as despesas com pessoal, o
"pagamento de custas judiciais e das decorrentes de contratos em execução
cujo montante a pagar não pudesse ser determinado no momento em que foi
celebrado".
O despacho assinado
por Vitor Gaspar entrou em vigor na segunda-feira e prolonga-se até que o
Conselho de Ministros "aprove limites aos fundos disponíveis no âmbito de
cada um dos Programas Orçamentais".
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