Circulação na
principal estrada de Moçambique com escolta policial
09 de Abril de
2013, 09:40
Maputo, 09 abr
(Lusa) - A circulação num troço da principal estrada moçambicana, no centro do
país, está a ser feita com escolta policial, após a morte de três pessoas e o
ferimento de uma por alegados ex-guerrilheiros da Renamo, principal partido da
oposição.
O incidente deu-se
na noite de sábado durante um ataque a um autocarro e a um camião, que as
autoridades policiais atribuem a antigos guerrilheiros da Resistência Nacional
de Moçambique (Renamo).
A incursão
aconteceu depois de, na quinta-feira, quatro membros da Força de Intervenção
Rápida (FIR), a polícia antimotim moçambicana, e um ex-comandante da guerrilha
da Renamo terem morrido num ataque do movimento a uma esquadra da polícia em
Muxúnguè.
O ataque à esquadra
ocorreu em retaliação da Renamo à invasão da sede do partido em Muxúnguè pela
FIR, para dispersar os membros do partido que estavam supostamente a receber
treino militar.
Segundo a imprensa
moçambicana, desde o ataque de sábado, a polícia está a escoltar as colunas de
veículos e passageiros que querem transitar pela Estrada Nacional Número 1, que
liga o sul, centro e norte do país, na zona de Muxúnguè.
"A circulação
de pessoas e bens ao longo da Estrada Nacional Número Um (N1), que liga o país
do Rovuma ao Maputo, está condicionada, com a polícia a escoltar viaturas para
garantir a segurança dos viajantes, sobretudo na calada da noite, concretamente
no eixo Muxúnguè-Save", relata o diário Notícias.
Imagens exibidas no
fim de semana mostram carros blindados da polícia moçambicana à frente e atrás
das colunas de viaturas a passar na zona de Muxúnguè.
A escolta de
viaturas civis pela polícia lembra o cenário que se viveu durante os 16 anos de
guerra civil terminada em 1992, quando era quase impossível circular pelas
estradas do país sem o acompanhamento de militares.
PMA // MLL
MDM responsabiliza
Governo por risco de retorno à guerra
09 de Abril de
2013, 08:57
Maputo, 08 abr
(Lusa) - O MDM, o terceiro maior partido de Moçambique, condenou o Governo por ter
recorrido "abusivamente" à polícia no ataque à Renamo, no centro do
país, levando aquele partido a retaliar e a ameaçar com uma nova guerra civil.
Três pessoas
morreram e duas ficaram feridas no sábado num ataque a um autocarro e a um
camião por homens armados supostamente da Resistência Nacional de Moçambique
(Renamo), principal partido a oposição, em Muxúnguè, centro de Moçambique.
O ataque de sábado
seguiu-se à morte na quinta-feira de quatro membros da Força de Intervenção
Rápida (FIR), a polícia antimotim moçambicana, e de 10 feridos, durante uma
suposta retaliação da Renamo a uma invasão da sede do partido em Muxúnguè e
detenção de dezenas de membros seus.
Em comunicado
distribuído à imprensa, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) responsabiliza
o Governo pela tensão que se vive no país por supostamente ter recorrido
abusivamente à polícia no ataque à sede da Renamo, provocando a reação dos
antigos guerrilheiros do movimento.
"O MDM condena
veementemente o uso abusivo das forças da lei e ordem para a perturbação da tranquilidade
pública em Muxúngué, onde filhos de moçambicanos morreram e outros tantos se
encontram gravemente feridos", refere a nota do terceiro maior partido
moçambicano.
O MDM critica
igualmente o Governo por ter violado a liberdade de reunião e de manifestação,
ao atacar e dispersar os membros da Renamo que se encontravam na sede do
partido, gerando depois o contra-ataque do partido de Afonso Dhlakama.
"Em
Moçambique, ainda há espaço para o diálogo, o diálogo deve prevalecer e não é
por incompetência, arrogância e incapacidade de indivíduos que os moçambicanos
devem morrer feito animais", refere o comunicado.
PMA // MLL
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