quarta-feira, 10 de abril de 2013

Moçambique: ESCOLTA NA ESTRADA PRINCIPAL, MDM RESPONSABILIZA GOVERNO




Circulação na principal estrada de Moçambique com escolta policial

09 de Abril de 2013, 09:40

Maputo, 09 abr (Lusa) - A circulação num troço da principal estrada moçambicana, no centro do país, está a ser feita com escolta policial, após a morte de três pessoas e o ferimento de uma por alegados ex-guerrilheiros da Renamo, principal partido da oposição.

O incidente deu-se na noite de sábado durante um ataque a um autocarro e a um camião, que as autoridades policiais atribuem a antigos guerrilheiros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo).

A incursão aconteceu depois de, na quinta-feira, quatro membros da Força de Intervenção Rápida (FIR), a polícia antimotim moçambicana, e um ex-comandante da guerrilha da Renamo terem morrido num ataque do movimento a uma esquadra da polícia em Muxúnguè.

O ataque à esquadra ocorreu em retaliação da Renamo à invasão da sede do partido em Muxúnguè pela FIR, para dispersar os membros do partido que estavam supostamente a receber treino militar.

Segundo a imprensa moçambicana, desde o ataque de sábado, a polícia está a escoltar as colunas de veículos e passageiros que querem transitar pela Estrada Nacional Número 1, que liga o sul, centro e norte do país, na zona de Muxúnguè.

"A circulação de pessoas e bens ao longo da Estrada Nacional Número Um (N1), que liga o país do Rovuma ao Maputo, está condicionada, com a polícia a escoltar viaturas para garantir a segurança dos viajantes, sobretudo na calada da noite, concretamente no eixo Muxúnguè-Save", relata o diário Notícias.

Imagens exibidas no fim de semana mostram carros blindados da polícia moçambicana à frente e atrás das colunas de viaturas a passar na zona de Muxúnguè.

A escolta de viaturas civis pela polícia lembra o cenário que se viveu durante os 16 anos de guerra civil terminada em 1992, quando era quase impossível circular pelas estradas do país sem o acompanhamento de militares.

PMA // MLL

MDM responsabiliza Governo por risco de retorno à guerra

09 de Abril de 2013, 08:57

Maputo, 08 abr (Lusa) - O MDM, o terceiro maior partido de Moçambique, condenou o Governo por ter recorrido "abusivamente" à polícia no ataque à Renamo, no centro do país, levando aquele partido a retaliar e a ameaçar com uma nova guerra civil.

Três pessoas morreram e duas ficaram feridas no sábado num ataque a um autocarro e a um camião por homens armados supostamente da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido a oposição, em Muxúnguè, centro de Moçambique.

O ataque de sábado seguiu-se à morte na quinta-feira de quatro membros da Força de Intervenção Rápida (FIR), a polícia antimotim moçambicana, e de 10 feridos, durante uma suposta retaliação da Renamo a uma invasão da sede do partido em Muxúnguè e detenção de dezenas de membros seus.

Em comunicado distribuído à imprensa, o MDM (Movimento Democrático de Moçambique) responsabiliza o Governo pela tensão que se vive no país por supostamente ter recorrido abusivamente à polícia no ataque à sede da Renamo, provocando a reação dos antigos guerrilheiros do movimento.

"O MDM condena veementemente o uso abusivo das forças da lei e ordem para a perturbação da tranquilidade pública em Muxúngué, onde filhos de moçambicanos morreram e outros tantos se encontram gravemente feridos", refere a nota do terceiro maior partido moçambicano.

O MDM critica igualmente o Governo por ter violado a liberdade de reunião e de manifestação, ao atacar e dispersar os membros da Renamo que se encontravam na sede do partido, gerando depois o contra-ataque do partido de Afonso Dhlakama.

"Em Moçambique, ainda há espaço para o diálogo, o diálogo deve prevalecer e não é por incompetência, arrogância e incapacidade de indivíduos que os moçambicanos devem morrer feito animais", refere o comunicado.

PMA // MLL

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