quarta-feira, 10 de abril de 2013

PM CABO-VERDIANO DESDRAMATIZA BAIXA DE NOTAÇÃO




Angola Press

Cidade da Praia - O primeiro-ministro de Cabo Verde considerou hoje (terça-feira) que a baixa do "rating" de Cabo Verde decidida pela agência de notação Fitch não é uma boa notícia, mas desdramatizou-a, garantindo que está tudo sob controlo.

José Maria Neves, falando aos jornalistas no final de um encontro com o ministro do Turismo senegalês, Youssou N'Dour, sublinhou que os pressupostos da descida passam pela "escassez de dados referentes à agricultura e pescas" e lembrou que a dívida cabo-verdiana não é igual à de alguns países da Europa. 

No último "Outlook" (perspectiva), a Fitch baixou de B+ para BB- a notação de Cabo Verde devido a um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) "significativamente mais fraco" do que as previsões, lembrando que a estimativa para o crescimento médio do PIB real de 2012 desceu quase para metade, passando dos 5,1% previstos para os 2,6%.  

Nesse sentido, a Fitch reviu em baixa o crescimento do PIB de 2011 e 2012, descendo do intervalo 4,5%-5% para 3%, tendo também em conta o "aumento contínuo da elevada" dívida pública.   

O défice orçamental previsto de 9,5% em 2012 vai subir para 12,3% em 2013.   

Hoje, José Maria Neves lembrou que a escassez de dados no domínio da agricultura e das pescas afecta os dados reais do PIB, prometendo melhorar as estatísticas para que se possa dar a dimensão real dos indicadores macroeconómicos.   

"Não é uma boa notícia, mas não há que dramatizar", frisou.   

"A dívida é sustentada e foi aprovada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) e pelo BM (Banco Mundial). A nossa dívida (projectada pela Fitch em 96,6% do PIB, contra as previsões de 85% do Governo) não é igual à de alguns países europeus, pois é quase exclusivamente concepcional e de longo prazo", argumentou.  

"Não há razão para preocupação excessiva e o importante é que a economia cresça, mesmo que seja a 3%", desvalorizou José Maria Neves, para quem os dados projectados pela Fitch são "meras previsões" e que o Governo cabo-verdiano "fará tudo" para que não se concretizem.  

Segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano, a "profunda crise internacional" tem agravado  situação, mas está "longe" de provocar quaisquer alarmes ou stress na economia cabo-verdiana.    

Sobre o agravamento do défice externo, José Maria Neves realçou que é "consentido" e que está "dentro dos limites de sustentabilidade" da economia cabo-verdiana, lembrando que todos os anos, os orçamento do Estado são analisados e viabilizados pelo FMI e pelo BM.   

"Estamos a proceder a reformas e a aproveitar todas as possibilidades concessionais" antes de terminar o período de transição de País de Rendimento Baixo para País de Rendimento Médio, que termina no final do ano em curso, explicou.

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