quarta-feira, 3 de abril de 2013

MOÇÃO DE CENSURA E "CHUMBO" DO TC NÃO FARÁ CAVACO DEMITIR O SEU GOVERNO



António Veríssimo

Em Portugal, hoje, pelas 15 horas, o país ficará atento ao que vai acontecer na Assembleia da República. O Partido Socialista apresentará uma moção de censura ao governo Passos-Gaspar-Portas-Cavaco que, já se sabe, colherá os votos dos deputados do PCP e do BE. Mas o governo assenta numa maioria parlamentar PSD-CDS que lhe vai garantir efeito menor da moção de censura. Ficará tudo como antes. Nem os portugueses devem esperar outro cenário. Esta moção de censura não porá em risco a continuidade do governo. Ponto assente.

Cavaco Silva jamais demitiria o governo por uma minoria parlamentar apresentar esta moção de censura. Muito menos demitir um governo que é de sua autoria e preferência. Assim o tem demonstrado ao longo de dois anos. Portanto, tudo como antes. Apesar da importância que a moção de censura representa a nível de demonstração do falhanço absoluto do governo de Passos Coelho. Apesar de ser evidente a ilegitimidade do governo face à vontade da maioria dos portugueses. Mas deram-lhes maioria parlamentar anteriormente... Agora torcem a orelha e não deita sangue.

Cavaco já exigiu a Passos uma remodelação do governo para que assim as suas cores partidárias se mantenham no poder. Será um governo de "iniciativa presidencial", como é dito pelos corredores da AR. Cavaco vai salvar o PSD e o CDS e evitar eleições. Os portugueses não devem esperar outra atitude do atual PR (também ele com ilegitimidade se agora se propusesse a eleições).

A direita nunca se demite. Arrasta-se. Protela. Nem se demite mesmo quando já é cadáver. E, já cadáver são o PSD, o CDS, assim como o próprio Cavaco Silva.

Nem mesmo com o "chumbo" esperado pelo Tribunal Constitucional relativo ao Orçamento do Estado, Cavaco Silva demitirá o governo. A sua tábua de salvação será a remodelação governamental e tudo ficará como antes. Tábua de salvação de Cavaco e da direita que afunda ainda mais Portugal. Um enorme peso de chumbo para os portugueses. Mas assim será. Nem se espere outra coisa de Cavaco Silva.

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