Jornal de Notícias
- ontem
O estadista
português Mário Soares afirmou, esta terça-feira, que o Governo da coligação
PSD/CDS-PP "está moribundo", "só faz asneiras" e que o PS
não deve colaborar com um executivo que o terá "maltratado, humilhado e
esquecido".
"O PS foi
maltratado, humilhado e esquecido por este Governo sempre, até ao dia que
precisaram dele e queriam agora que ele [PS] continuasse. O PS é um grande
partido português. Tem de ser respeitado. Portanto, é impossível que o PS,
agora que o Governo está no fim, moribundo e só faz as asneiras, é muito
difícil...", afirmou o socialista.
O antigo presidente
da República e primeiro-ministro falou à margem da inauguração de uma exposição
do falecido jornalista, escritor e artista plástico brasileiro Millôr
Fernandes, na Fundação Mário Soares, em Lisboa.
"Não há
consenso nenhum. A situação do país o que exige é que não se pense mais nas
'troikas' e que não se queira aumentar uma coisa que não pode ser paga por nós
jamais", continuou, referindo-se ao Programa de Assistência Económico Financeira
acordado entre Portugal Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo
Monetário Internacional.
Ainda sobre o
Governo liderado por Passos Coelho e a previsível remodelação ministerial,
Soares disse que "os ministros deviam ter a dignidade de se demitir".
"O Tribunal
Constitucional falou como devia, agiu muitíssimo bem e deve ser respeitado.
Quando não se respeita o Tribunal Constitucional quer dizer que não se respeita
nada a Constituição e a Justiça", acrescentou, sobre o "chumbo"
de vários artigos do Orçamento do Estado 2013 por parte daquele órgão de
soberania português.
Sobre cenários
políticos, o fundador do PS escusou-se a comentar a possibilidade de o
presidente da República, Cavaco Silva, tomar iniciativas, promovendo outro elenco
governativo ou mesmo eleições legislativas antecipadas.
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