O governo PSD-CDS
na sua escalada reacionária ultrapassou as fronteiras do imaginável. O discurso do
Primeiro-ministro e a praxis que o traduz apresentam já matizes neofascistas. O
despacho do ministro Gaspar de proibir os colegas de realizar quaisquer
despesas sem sua autorização prévia coloca o Governo fora da lei. Como afirmou
o deputado comunista Bernardino Soares, o executivo «está ferido de morte”,
embora esta não tenha data no calendário.
Os ferozes ataques
do Primeiro-ministro ao Tribunal Constitucional e as medidas anunciadas
expressaram o seu desprezo pelo Poder Judicial.
As atitudes de Passos assumiram facetas patológicas. Até destacadas
personalidades do seu partido reconhecem hoje que ele está a atuar tripudiando
sobre o «regular funcionamento das instituições». Na opinião de Manuela
Ferreira Leite os chumbos ao OE do Tribunal Constitucional foram por ele
utilizados como pretexto para tentar impor aquilo a que chama «a reforma do
estado». Não se limita a medidas destinadas a compensar a perda dos cerca de
1300 milhões de euros cujo roubo aos trabalhadores foi considerado
inconstitucional. Pretende agora, numa ofensiva tresloucada, destruir as áreas
sociais da Saúde, da Educação e da Segurança Social, em cortes avaliados em 4
000 milhões.
É transparente e
publica a cumplicidade do Presidente da Republica com essa estratégia de
traição nacional, justificada e mesmo elogiada pela maioria dos comentadores de
um sistema mediático controlado pelo grande capital. Este governo sem
legitimidade não tentaria ainda mais esta fuga em frente, se não fosse contar
com a incapacidade do PS em romper com a troika e em reclamar a sua demissão.
Muitos cidadãos em
programas de televisão recordam a época de Salazar a propósito do arrogante
desafio do Governo de Passos Coelho ao povo português. Mas o paralelo é
descabido.
O fascismo utilizou
o exército como instrumento de repressão a serviço da sua política criminosa.
Hoje isso não é possível. Em Portugal as forças armadas desempenharam um papel
decisivo na revolução democrática e nacional na qual o povo foi sujeito. Passos
e sua gente não podem neste ano de 2013 contar com as baionetas para enfrentar
a luta dos trabalhadores que se levantam massivamente para varrer este governo
fascizante.
Os editores de O Diário.Info
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