Pacheco Pereira -
Abrupto
O MATERIAL TEM
SEMPRE RAZÃO (1)
O Governo já tinha
falhado por completo todos os objectivos do memorando, ANTES da decisão do
Tribunal Constitucional. O governo já estava com dificuldades em "ir aos
mercados", ANTES da decisão do Tribunal Constitucional. O Governo já
estava a caminho de um segundo resgate, ANTES da decisão do Tribunal
Constitucional. O Governo já estava em crise profunda, ANTES da decisão do
Tribunal Constitucional. Todas as crises, económicas, sociais, e políticas já
estavam em pleno curso, ANTES da decisão do Tribunal Constitucional.
A decisão do
Tribunal Constitucional acelera todos estes processos mas não lhes deu origem.
Nasceu deles. Nasceu de um Governo que, apesar de prevenido, mil vezes
prevenido, insistiu num Orçamento de Estado assente em medidas ilegais.
Bateu no peito cheio de ar e vento, insultando o Deus dos Trovões e levou
com um raio em cima.
O MATERIAL TEM
SEMPRE RAZÃO (2)
A queda de Sócrates
deu origem a uma pequena corte de viúvos e viúvas que passaram estes anos
a tentar manter a memória do morto e a vingar-se de todas as maneiras dos seus
assassinos. Agora estão muito contentes porque a RTP lhes deu uma mesa de pé de
galo para falar com o morto e vice-versa. Esquecem-se que, em períodos como os
que vivemos, até os mortos andam.
A queda previsível
de Passos Coelho e a queda já efectiva de Relvas está a gerar o mesmo efeito: a
criação de uma corte de viúvos e viúvas que também se preparam para carpir a
"oportunidade perdida" de "mudar Portugal" e preparar a vendetta.
Como os seus antecessores na viuvez, os blogues, o Twitter e as redes sociais
são o seu terreno de eleição.
Ambos ajudaram a
estragar Portugal até aos limites da ruína em que vivemos. Ambos pensam muito
bem de si e acham que o povo não os merece. O nojo com que hoje olham para
Portugal e os portugueses, uma ralé desqualificada cheia de vícios preguiçosos
e de "direitos", é o seu melhor retrato. "Não nos merecem"
é a inscrição que usam no seu brasão de lata.
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