Angola Press
Luanda - As
comemorações alusivas ao 11º aniversário do Dia da Paz e da Reconciliação
Nacional, cujo acto central foi presidido pelo Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, destacaram-se, em grande escala, dos temas políticos
divulgados na semana que hoje, sábado, termina.
O Chefe de Estado
angolano, José Eduardo dos Santos, que presidiu quinta-feira, no átrio do Museu
Nacional de História Militar, em Luanda, o acto central do 11º aniversário do 4
de Abril, dia consagrado à Paz e à Reconciliação Nacional, inaugurou no local a
bandeira-monumento, de 18 metros de altura e 12 de largura e içada num mastro
de 75 metros de altura, acompanhada da entoação do hino nacional e de 21 salvas
de canhões.
Trata-se de uma
homenagem aos heróis da Pátria e todos quantos se empenharam para o alcance da
independência nacional, da paz, do progresso e do desenvolvimento de Angola.
Milhares de
cidadãos assistiram a partir da Marginal ao içar da bandeira que é visível de
toda a avenida e de vários pontos da cidade.
Acompanhado da
primeira-dama, Ana Paula dos Santos, entre outras entidades, José Eduardo dos
Santos descerrou a placa inaugurativa do Museu Nacional de História Militar,
depois de restaurado o antigo museu das forças armadas, na então fortaleza de
São Miguel.
Depois de ter
visitado as instalações foi-lhe oferecido um livro com todos os detalhes do
acervo do museu, bem como assistiu a um vídeo sobre as obras de reabilitação e
requalificação do edifício para a transformar em museu.
Há dias, o
Presidente José Eduardo dos Santos desejou, antecipadamente, a todos os
angolanos um feliz Dia da Paz e Reconciliação Nacional, considerando a paz como
"um dos bens mais preciosos para o nosso continente e também aquele que o
povo angolano mais preza, procura proteger e conservar a todo o custo".
Para o estadista,
"sabemos por experiência própria quão dolorosos são os efeitos da guerra e
quais os valores que a paz propicia e encerra".
Lembrou que durante
mais de quatro décadas os angolanos conheceram de forma quase ininterrupta as
agruras e malefícios da guerra, que geraram no país mortes, miséria, fome,
luto, dor, destruição, inimizades, entre outros males.
Realçou que nos
últimos trinta anos de guerra o país registou cerca de um milhão de mortos,
duzentos mil mutilados e estropiados, mais de cinquenta mil crianças órfãs,
cerca de quatro milhões e meio de deslocados e mais de seiscentos mil
refugiados.
Para o Presidente
da República, a conclusão que se pode tirar de todos estes horrores só pode ser
uma: a guerra é uma verdadeira calamidade, cuja apologia constitui uma
autêntica desumanidade.
"Por essa
razão, é nossa convicção que no contexto do mundo actual, em que os Estados
Democráticos de Direito se afirmam cada vez mais e se envidam cada vez mais
esforços no sentido do respeito pelos direitos, liberdades e garantias dos
cidadãos, a regra da resolução dos conflitos deve ser o diálogo e o debate
franco e aberto, como forma de se alcançar o consenso", afirmou o Chefe de
Estado angolano.
Por outro lado, o
presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, afirmou
que a bandeira-monumento ora inaugurada representa o símbolo vivo da
Independência Nacional e do processo de paz.
Para o líder
parlamentar, "temos aqui um símbolo vivo, não só da nossa independência,
mas também do nosso processo de paz e do orgulho dos angolanos em querer manter
a paz e lutar para o desenvolvimento de Angola e de África.
Já o ministro da
Defesa Nacional, Cândido Pereira Van-Dúnem, notou que os benefícios da paz e
reconciliação nacional no país são valores de "grande importância"
para o desenvolvimento de Angola.
A propósito, o
Bureau Político do MPLA emitiu uma declaração sobre o 11º aniversário do 04 de
Abril, enaltecendo os feitos da Paz em Angola.
Na declaração, o
órgão de cúpula do partido no poder faz votos de que os angolanos continuem a
trilhar pelo caminho da reconciliação, do perdão recíproco, da confiança e da
aceitação mútua, rumo à real pacificação dos espíritos e da sociedade.
Destacou-se também
dos factos políticos da semana a audiência que o presidente da Assembleia
Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, concedeu ao presidente do grupo
parlamentar do Partido Africano para a Independência de Cabo Verde (PAICV), José
Manuel Andrade, na qual trataram de questões ligadas à cooperação no domínio
parlamentar.
O deputado
cabo-verdiano disse à imprensa no final da audiência que aproveitou a
oportunidade para passar em revista com o dirigente angolano aspectos
relacionados com o aprofundamento das relações existentes entre os parlamentos
de Cabo Verde e de Angola, no âmbito da troca de experiências.
Ainda na semana
finda, o ministro das Relações Exteriores, Geoges Chikoti, deslocou-se em
Ndajema, capital da República do Tchad, onde participou da Cimeira
Extraordinária dos Chefes de Estado da Comunidade Económica dos Estados da
África Central (CEEAC), em representação do estadista angolano, José Eduardo
dos Santos.
A cimeira, que
abordou a situação actual de crise na República Centro Africana (RCA), onde as
forças do movimento Sélèka depuseram o presidente François Bozize, foi
convocada pelo estadista tchadiano, Idriss Deby, na qualidade de líder da
organização.
Em declarações à
Angop aquando da sua partida, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o
ministro advogou um maior envolvimento da União Africana (UA) na solução da
crise política na República Centro Africana (RCA), após o golpe de estado que
destituiu o antigo Presidente François Bozizé.
A par disso, o
ministro do Interior, Ângelo de Barros Veiga Tavares, referiu que a Polícia
Nacional deve contar com homens bem preparados do ponto de vista moral, técnico
e científico, capazes de compreender na essência as tensões geradoras de
conflitos.
O governante falava
na cerimónia de abertura do ano académico do Instituto Superior de Ciências
Policiais e Criminais (ISCPC), que coincidiu com a comemoração do primeiro
aniversário da criação desta instituição.
Segundo o ministro,
aliado aos conhecimentos e habilidades às ferramentas modernas, os efectivos
deverão prevenir e combater as manifestações comportamentais alheias à ordem
estabelecida, para garantir a harmonia, tranquilidade e paz social, num quadro
de respeito pela dignidade e direitos fundamentais dos cidadãos
constitucionalmente consagrados.
Por outro lado, a
capital angolana, Luanda, albergou na semana finda a reunião do Fórum dos Ministros
da Descentralização e Governação da Comunidade para o Desenvolvimento da África
Austral (SADC).
A presidente do
Fórum, Carmelita Rita, realçou que o processo de descentralização, apesar de se
processar em estágios de desenvolvimento, foi considerado uma realidade nos
países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Para a responsável,
existe um grande cometimento político no sentido de se reforçar as várias
práticas, experiências e realidades específicas dos seus respectivos países.
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