segunda-feira, 8 de abril de 2013

Seguro acusa Passos Coelho de "fugir às responsabilidades" e "enganar os portugueses"




Catarina Correia Rocha – Jornal i

António José Seguro acusou Passos Coelho de "fugir às suas responsabilidades" e “enganar os portugueses” quando associa ao TC os cortes no Estado social e ao não desembolso da próxima tranche da troika. "Não aceitamos que o país continue no caminho no empobrecimento e de destruição do Estado social", declarou.

Para o líder do PS, “não foi a decisão do Tribunal Constitucional que criou a crise”, mas sim os erros do governo que aumentaram as dificuldades dos portugueses. Seguro alerta para a “situação de enorme gravidade” que o país atravessa, afirmando que “há dois caminhos para enfrentarmos a crise: o caminho do governo que os portugueses já conhecem e o caminho proposto pelo PS que está assente em propostas credíveis e que tem apoio de parceiros sociais.”

O secretário-geral do PS acusou ainda o primeiro-ministro de "instrumentalizar" a decisão do Tribunal Constitucional sobre o Orçamento para 2013. "O Tribunal Constitucional cumpriu a sua função", declarou António José Seguro numa declaração feita após uma reunião do Secretariado Nacional do PS.

O líder do PS relembrou que, pela segunda vez consecutiva, o governo desrespeitou o princípio de igualdade no Orçamento do Estado e que o seu partido alertou desde o início para as consequências da excessiva austeridade. Seguro vai mais longe, afirmando que “o governo só se pode queixar de si próprio”, uma vez que “ignorou e hostilizou as propostas do PS. O governo escolheu o seu próprio caminho que levou o país ao empobrecimento”.

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS defendeu que o caminho do país "passa por parar com a austeridade". "Isto não quer dizer passar para a indisciplina, porque o PS defende o rigor e a disciplina orçamental", afirmou, dando como exemplo o facto de os socialistas, na Assembleia da República, terem votado a favor do Tratado Orçamental da União Europeia.

Seguro alertou que há necessidade de renegociar algumas questões do ajustamento para uma “estratégia credível e realista” que passa por “metas e prazos credíveis para redução do défice e da dívida pública”.

O PS defendeu também a criação de uma agenda para a recuperação do emprego e da economia. Seguro sugeriu “financiar as PME através de fundos comunitários, linhas de crédito delineadas com o Fundo Europeu de Investimento”, ou ainda no investimento de parte do dinheiro para a recapitalização dos bancos.

Seguro sugeriu também a redução do IVA na restauração, o aumento do salario mínimo e das pensões mais baixas e a criação de um programa de emergência para desempregados.
“O país precisa de fomentar de modo consistente as exportações e de captar investimento estrangeiro e de definir um programa de importações por aumento da produção nacional”, considerou ainda o líder do PS.

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