Correio do Brasil -
de Curitiba e Brasília
Presidente da Ordem
dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Paraná, Juliano Breda disse, nesta
segunda-feira, em ato político pela criação dos Tribunais Regionais Federais
(TRFs), em Curitiba, que é impossível travar diálogo inteligente com o
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.
– O ministro
Joaquim Barbosa é uma pessoa com qual nenhum diálogo inteligente pode
ser travado – afirmou Breda para o auditório lotado de líderes políticos e
empresariais daquele Estado.
Ao término do
discurso, o presidente da OAB-PR foi ovacionado pelos presentes ao assegurar
que o presidente do STF não entende nada de Direito.
– Nós todos
sabíamos que o ministro Joaquim Barbosa não sabia nada de Direito. Hoje nós
descobrimos que ele não sabe nada de organização judiciária no país – afirmou.
Juliano Breda
garantiu, ainda, que a mídia conservadora no país vem poupando Joaquim Barbosa
para que ele cumpra as sentenças impostas aos réus na Ação Penal (AP) 470, no
julgamento conhecido como ‘mensalão’. Ao término da ação jurídica, Barbosar
será “absolutamente destruído pela imprensa brasileira, e com muita razão”,
afirmou o advogado.
Na Câmara
As críticas a
Barbosa não terminaram por aí. Ainda nesta segunda-feira, o presidente em
exercício da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), classificou como
“lamentáveis” e “desairosas” as declarações do presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), Joaquim Barbosa, a respeito dos partidos políticos brasileiros e
da relação entre os poderes Executivo e Judiciário. Vargas criticou o
presidente do Supremo que, segundo ele, tem desrespeitado as instituições.
– O que ele
[Joaquim Barbosa] vem fazendo ultimamente é apostar na crise entre os Poderes.
Ele é o fator de crise. Nós podemos dizer que hoje se há uma crise entre o
Legislativo e o Judiciário esse fator se chama Joaquim Barbosa que não pode se
comportar como tutor da sociedade e nem como censor do Congresso Nacional –
disse.
Em uma palestra em
um centro universitário em Brasília, Barbosa disse que o Congresso é
“inteiramente dominado pelo Poder Executivo” e que os partidos políticos não
têm “consistência ideológica e programática” e que eles são “de mentirinha”.
Mais tarde, o presidente do STF divulgou nota na qual diz que não teve a
intenção de criticar ou fazer juízo de valor a respeito da atuação do
Legislativo e seus integrantes. No documento, o ministro alega que estava
fazendo um “exercício intelectual em um ambiente acadêmico”.
Irritado com as
declarações, o presidente em exercício da Câmara disse que Barbosa “não se dá o
respeito” e “não está à altura” do cargo de presidente do Poder Judiciário. Ele
lembrou que o presidente do STF recentemente destratou presidentes de
associações de classe da magistratura por causa do que ele considerou um lobby
pela aprovação no Congresso de emendas constitucionais para a criação de
tribunais regionais.
– Não são as
primeiras [declarações] lamentáveis que ele dá. Já fez isso com representantes
do Judiciário, já fez isso com integrantes do próprio Congresso Nacional em
alguns momentos. Isso não está a altura do representante de um Poder como o
Supremo Tribunal Federal, que deveria apostar na relação harmônica e
colaborativa entre os Poderes e não como o militante de uma causa ou como
alguém que se manifesta com paixão ou até com desdém em relação a outro Poder.
Então, lamentamos muito. Isso não tem nada a ver como STF, apenas com o
presidente do Supremo, que não está a altura do cargo que ocupa no momento –
disse o presidente em exercício da Câmara.
Por fim, André
Vargas lembrou que os deputados e senadores são eleitos pelo voto popular e
acusou Barbosa de “não ter apreço pela democracia”. Ele defendeu a atuação dos
parlamentares e disse que “se o Brasil vai bem é porque o Congresso Nacional
vota bem”, se referindo à solidez com que o país tem passado pela crise
econômica internacional.
O presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que está em viagem aos Estados
Unidos, divulgou nota, por meio de sua assessoria de imprensa, lamentando as
declarações de Joaquim Barbosa.
“Uma desrespeitosa
declaração como essa não contribui para a harmonia constitucional que temos o
dever supremo de observar”, disse Henrique Alves. “E, com a responsabilidade e
maturidade que tenho, não quero nem devo tensionar o relacionamento entre os
Poderes. O Parlamento e os partidos políticos, sustentáculos maiores da
democracia brasileira, e todos os seus integrantes, sem exceção, legitimados
pelo voto popular, continuarão a exercer o pluralismo de pensamentos, palavras
e ações em favor do Brasil mais justo e democrático. Tenho consciência que esse
é o verdadeiro sentimento do Poder Judiciário, do Poder Executivo e do Poder
Legislativo”, concluiu.
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