NME – MLL - Lusa
Luanda, 21 mai
(Lusa) - As autoridades angolanas vão classificar, no próximo domingo, a cidade
de Mbanza Congo, capital provincial do Zaire e pré-candidata a Património
Mundial da UNESCO, como Património Cultural Nacional, anunciou o Ministério da
Cultura de Angola.
A classificação
nacional é imperativa para a apresentação da candidatura à UNESCO.
Um comunicado do
Ministério da Cultura, citado pela agência Angop, refere que o ato será
dirigido pela ministra angolana da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e contará com a
presença de outras entidades governamentais do país.
Em finais do ano
passado, Angola anunciou que tinha já identificado os bens culturais do
perímetro de proteção da cidade de Mbanza Congo, para a sua inscrição na lista
de património mundial da UNESCO.
A realização, em
2007, de uma mesa redonda internacional com o tema: "Mbanza congo - Cidade
a Desenterrar para Preservar", foi o "pontapé" de saída deste
projeto, que se encontra neste momento em fase "muito avançada", para
a sua classificação a património mundial.
Em setembro de 2012, a coordenadora do
projeto, Sónia da Silva Domingos, aquando de uma visita de trabalho àquela
cidade, capital da província angolana do Zaire, no norte de Angola, acompanhada
de um perito da UNESCO, disse que 82 por cento das atividades previstas já se
encontravam concluídas.
"A comissão do
projeto já identificou os bens culturais que vão estar dentro de um perímetro
de proteção e que posteriormente serão classificados a nível nacional e
servirão depois para a inscrição na lista do património mundial", disse na
altura Sónia da Silva Domingos.
Parte dos bens até
aqui identificados, enumerou Sónia da Silva Domingos, que integram a antiga
capital do reino do Congo, são o Palácio Real (atual museu dos Reis do Congo),
a árvore sagrada denominada Yala Nkuwu, o Lumbu (Tribunal Consuetudinário), as
missões católica e evangélica, o Kulumbibi (antiga Sé Catedral), o cemitério
dos Reis do Congo e o Túmulo da Dona Mpolo (mãe de um dos reis enterrada viva
por desobediência às ordens da corte).
Segundo Sónia da
Silva Domingos, o projeto conta com a cooperação de uma empresa, que está a
proceder aos trabalhos de prospeção geofísica por radar para ver as estruturas
que estão abaixo do solo, o que permitirá identificar essas estruturas e
incluí-las no perímetro a definir.
Caso venha a ser
classificada património mundial, a cidade de Mbanza Congo contará com um centro
de pesquisa e interpretação sobre o Reino do Congo, formado no século XIII.
O Reino do Congo,
dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrática
do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, dispunha de 12 igrejas,
conventos, escolas, palácios e residências, cuja identificação se prevê seja
feita através do sistema de radar.
As ruínas de Mbanza
Congo integram a lista de 11 sítios indicados por Angola a património mundial
da UNESCO, entre as quais se destacam igualmente as pinturas rupestres no morro
granítico de Tchitundu-Hulo, na província do Namibe, no sul do país, e o corredor
do rio Kwanza.
Mbanza Congo foi no
século XVII a maior vila da costa ocidental da África Central, com uma
densidade populacional de 40 mil habitantes autóctones e quatro mil europeus.
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