quarta-feira, 22 de maio de 2013

Cidade de Mbanza Congo classificada como Património Cultural Nacional de Angola



NME – MLL - Lusa

Luanda, 21 mai (Lusa) - As autoridades angolanas vão classificar, no próximo domingo, a cidade de Mbanza Congo, capital provincial do Zaire e pré-candidata a Património Mundial da UNESCO, como Património Cultural Nacional, anunciou o Ministério da Cultura de Angola.

A classificação nacional é imperativa para a apresentação da candidatura à UNESCO.

Um comunicado do Ministério da Cultura, citado pela agência Angop, refere que o ato será dirigido pela ministra angolana da Cultura, Rosa Cruz e Silva, e contará com a presença de outras entidades governamentais do país.

Em finais do ano passado, Angola anunciou que tinha já identificado os bens culturais do perímetro de proteção da cidade de Mbanza Congo, para a sua inscrição na lista de património mundial da UNESCO.

A realização, em 2007, de uma mesa redonda internacional com o tema: "Mbanza congo - Cidade a Desenterrar para Preservar", foi o "pontapé" de saída deste projeto, que se encontra neste momento em fase "muito avançada", para a sua classificação a património mundial.

Em setembro de 2012, a coordenadora do projeto, Sónia da Silva Domingos, aquando de uma visita de trabalho àquela cidade, capital da província angolana do Zaire, no norte de Angola, acompanhada de um perito da UNESCO, disse que 82 por cento das atividades previstas já se encontravam concluídas.

"A comissão do projeto já identificou os bens culturais que vão estar dentro de um perímetro de proteção e que posteriormente serão classificados a nível nacional e servirão depois para a inscrição na lista do património mundial", disse na altura Sónia da Silva Domingos.

Parte dos bens até aqui identificados, enumerou Sónia da Silva Domingos, que integram a antiga capital do reino do Congo, são o Palácio Real (atual museu dos Reis do Congo), a árvore sagrada denominada Yala Nkuwu, o Lumbu (Tribunal Consuetudinário), as missões católica e evangélica, o Kulumbibi (antiga Sé Catedral), o cemitério dos Reis do Congo e o Túmulo da Dona Mpolo (mãe de um dos reis enterrada viva por desobediência às ordens da corte).

Segundo Sónia da Silva Domingos, o projeto conta com a cooperação de uma empresa, que está a proceder aos trabalhos de prospeção geofísica por radar para ver as estruturas que estão abaixo do solo, o que permitirá identificar essas estruturas e incluí-las no perímetro a definir.

Caso venha a ser classificada património mundial, a cidade de Mbanza Congo contará com um centro de pesquisa e interpretação sobre o Reino do Congo, formado no século XIII.

O Reino do Congo, dividido em seis províncias que ocupavam parte das atuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências, cuja identificação se prevê seja feita através do sistema de radar.

As ruínas de Mbanza Congo integram a lista de 11 sítios indicados por Angola a património mundial da UNESCO, entre as quais se destacam igualmente as pinturas rupestres no morro granítico de Tchitundu-Hulo, na província do Namibe, no sul do país, e o corredor do rio Kwanza.

Mbanza Congo foi no século XVII a maior vila da costa ocidental da África Central, com uma densidade populacional de 40 mil habitantes autóctones e quatro mil europeus.

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