PMA – MLL - Lusa
Maputo, 06 mai
(Lusa) - Pelo menos 67 membros da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo),
principal partido da oposição moçambicana, anunciaram a sua saída do movimento
por discordarem da intenção desta força política de boicotar as eleições
autárquicas e gerais.
A Renamo ameaça
inviabilizar a realização das eleições autárquicas deste ano e gerais do
próximo ano, caso não seja atendida a sua exigência de participar em igualdade
numérica com a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder,
na Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Em conferência de
imprensa para comunicar a decisão da renúncia à qualidade de membro da Renamo,
Tomás José Félix, ex-chefe provincial de Mobilização do partido, considerou um
erro a intenção de boicotar as próximas eleições.
"Embora
concordemos com a ideia de paridade na representação partidária nos órgãos
eleitorais, não vemos como é que a ausência dessa paridade possa impedir a
vitória eleitoral de um partido como a Renamo, se estiver organizado para
vencer", afirmou Tomás José Félix, ladeado de outros membros que se
retiraram do partido.
Para o porta-voz do
grupo dos membros que abdicaram da militância na Renamo, as derrotas do partido
nas eleições são causadas pela falta de organização do partido.
"O problema está
na organização daquele que concorre às eleições", enfatizou o ex-chefe
provincial de Mobilização do principal partido da oposição.
Segundo Tomás José
Félix, há deputados da Renamo que discordam da ideia de boicotar as eleições,
pois querem renovar o mandato na função.
"Nós queremos
nos recensear, votar e sermos votados. Há deputados da Renamo que nós sabemos
muito bem que querem renovar os seus mandatos", afirmou Tomás José Félix.
As chamadas
"deserções" de membros da oposição, muitos dos quais se filiam na
Frelimo, são muito comuns em anos eleitorais, o que muitos analistas entendem
tratar-se de uma estratégia do partido no poder para fragilizar o principal
partido da oposição.
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