PMA – PJA - Lusa
Maputo, 19 mai
(Lusa) - Moçambique tem a mais alta taxa de mortalidade infantil por diarreias,
entre sete países analisados no Estudo Multicêntrico Entérico Global,
coordenado pelo Centro para o Desenvolvimento de Vacinas da Faculdade de
Medicina da Universidade de Maryland.
A pesquisa, a que a
Lusa teve acesso, avaliou o perfil das doenças diarreicas em mais de 20 mil
crianças, menores de cinco anos, de Moçambique, Gâmbia, Mali, Quénia Índia,
Paquistão e Bangladesh, entre dezembro de 2007 e março de 2011.
Em declarações à
Lusa, Inácio Mandamando, co-investigador principal do Centro de Investigação da
Manhiça, sul de Moçambique, que participou no estudo, afirmou que o país
apresentou a taxa de mortalidade infantil mais alta dos sete, com cerca de oito
por cento de morte das 374 crianças doentes acompanhadas na pesquisa.
"A cifra de
mortes mais alta foi encontrada em Moçambique, onde, aproximadamente, oito por
cento das crianças morreram. A explicação para isso será oferecida nos dados
mais definitivos, mas é necessário atender ao facto de Moçambique ter uma alta
prevalência de HIV/SIDA, que foi objeto de um sub-estudo", afirmou Inácio
Mandamando.
Tal como nos outros
países analisados, o rotavírus foi identificado como o micro-organismo causador
de diarreias moderadas e severas em Moçambique, situação que obriga à
introdução urgente da respetiva vacina, assinalou o investigador.
"O estudo
revelou que mais de um quarto dos casos de diarreias moderadas e severas em
crianças moçambicanas foi causado por rotavírus, a maior percentagem entre
todos os países que participaram no estudo, o que reforça a importância de
introduzir as vacinas contra o rotavírus", assinalou o pesquisador.
Segundo Inácio
Mandamando, um estudo mais conclusivo sobre o perfil das doenças diarreicas no
país poderá sugerir as abordagens terapêuticas a seguir, que além de vacinas,
passarão pela toma de suplementos, como o zinco, acrescentou o pesquisador.
Os resultados do
Estudo Multicêntrico Entérico Global indicam que as diarreias são a segunda
causa de mortalidade infantil nos países pobres, a seguir à pneumonia.
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