segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ronda negocial entre Governo moçambicano e Renamo emperra devido a questões prévias




PMA – VM - Lusa

Maputo, 13 mai (Lusa) - O diálogo entre o Governo moçambicano e a Renamo, para ultrapassar a crise política no país, voltou hoje a emperrar, devido à exigência do principal partido da oposição de ver respondidas por escrito algumas questões prévias.

Após várias horas de conversações, os chefes da delegação do Governo, José Pacheco, e da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique), Saimone Macuiana, prestaram declarações à imprensa, dando conta da falta de progressos na ronda de hoje, tal como tinha sucedido na sessão anterior, por causa de questões metodológicas.

Saimone Macuiana afirmou que a Renamo comunicou à equipa do Governo que exige uma resposta por escrito aos pontos prévios, antes do início da abordagem das questões de fundo.

"É um procedimento normal, se alguém remeteu um expediente por escrito, também espera respostas por escrito, porque estamos a tratar de assuntos que interessam aos moçambicanos", sublinhou o chefe da equipa da Renamo.

Antes de entrar nos "temas essenciais", o principal partido da oposição quer uma resposta por escrito à exigência de libertação dos membros do partido, detidos no ataque pela polícia à sede da sua delegação em Muxúnguè, centro do país, no início do mês passado, e a retirada da polícia da Serra da Gorongosa, onde o presidente do partido, Afonso Dhlakama, se reinstalou em novembro do ano passado.

"Uma vez respondidas as questões prévias, entraremos em pontos essências, que são quatro: a legislação eleitoral, a defesa e segurança, despartidarização do Estado e assuntos económicos", enfatizou Saimone Macuiane.

O principal partido da oposição exige que a lei eleitoral seja emendada para permitir uma representação paritária dos partidos com assento parlamentar na Comissão Nacional de Eleições (CNE), a reintegração dos seus oficiais no exército, bem como a remoção das células do partido no poder, Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), do Estado.

Por seu turno, o chefe da delegação do Governo afirmou que a exigência da Renamo de ter respostas escritas dos pontos prévios será satisfeita nos próximos dias.

"Há vontade de ambas as partes de prosseguir com este diálogo, há interesse da parte dos nossos compatriotas da Renamo de ter essas questões prévias respondidas por escrito e assim será feito", declarou José Pacheco.

Os confrontos entre o Governo e a Renamo fizeram o país temer pelo pior no início de abril, quando o ataque da polícia à sede do principal partido da oposição fez os antigos guerrilheiros do movimento retaliarem, o que resultou na morte de cinco pessoas, incluindo polícias e um chefe militar a Renamo.

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