EL – MLL - Lusa
Luanda, 03 jun
(Lusa) - A UNITA, principal partido da oposição em Angola, acusou a polícia de
ter morto dois dirigentes seus durante a noite de sábado para domingo, segundo
um comunicado daquela formação partidária.
Segundo a UNITA, os
dirigentes mortos foram António Zola Kamuku, secretário comunal do Kikolo,
alvejado dentro de casa, e Filipe Sachova Chakussanga, inspector municipal da
UNITA no Cacuaco, retirado à força da sua residência e abatido com vários
tiros.
"Estamos
perante uma reedição da caça ao homem destinado à eliminação seletiva dos
militantes da UNITA", lê-se no comunicado.
O objetivo
enquadra-se numa alegada estratégia para provocar uma resposta dos militantes
do Galo Negro, designação como também é conhecida a UNITA, "para haver em
Angola mais um banho de sangue, como o de 1992 e 1993", acrescenta o
comunicado
A nota de imprensa
afirma que a UNITA foi o partido mais votado nas eleições gerais de 31 de
agosto de 2012.
Citando uma
testemunha do que designa como "assassinato" de Filipe Sachova Chakussanga,
a UNITA refere que foi um "contingente de 11 agentes da polícia que
protagonizaram o crime".
"Entre os
agentes encontrava-se o senhor Pena, segundo Comandante da Esquadra do Bom
Pastor, a quem Filipe Sachova conhecia e estendeu a mão para cumprimentar,
tendo recebido em resposta uma bofetada. Na sequência, refere a testemunha
ocular, os agentes levaram o malogrado para fora do quintal, tendo em seguida
escutado disparos de armas de fogo", lê-se no comunicado.
"Ao amanhecer
encontramos o corpo estendido no campo", concluiu a fonte, citada pela
UNITA.
Segundo Lourenço
Bento, da assessoria de imprensa da UNITA, o partido deverá realizar na
terça-feira, em Luanda, uma conferência de imprensa sobre as duas mortes.
A Lusa não
conseguiu obter nenhum comentário da Polícia Nacional angolana.
A morte dos dois
dirigentes sucede à de um outro dirigente da UNITA, ocorrida no passado dia 11
de maio na província do Huambo, alegadamente da responsabilidade de quadros do
MPLA, partido no poder.
A UNITA já exigiu que
a Assembleia Nacional envie urgentemente uma comissão parlamentar de inquérito
para averiguar as circunstâncias do assassínio do secretário municipal das
finanças da UNITA, Francisco Epalanga.
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