Ditadura do Consenso - Lusa - ontem
A Guiné-Bissau ocupa a 7.ª posição mundial no relatório da
UNICEF sobre a Situação Mundial da Infância 2013, quanto à taxa de mortalidade
de menores de cinco anos, com 161 crianças por mil nascidas vivas. No
documento, a que a Lusa teve acesso, o Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF) indica que as estatísticas apresentadas, relativas a 2011, "são
as mais recentes sobre sobrevivência, desenvolvimento e protecção da criança
para países, áreas e regiões do mundo", em que se "inclui, pela
primeira vez, uma tabela sobre desenvolvimento na primeira infância".
De entre os países lusófonos, segue-se Angola, na 8.ª posição, com uma taxa de
mortalidade de menores de cinco anos (TMM5) -- que representa, nos termos da
definição dos indicadores da UNICEF, "a probabilidade de morrer entre o
nascimento e exactamente cinco anos de idade, por mil nascidos vivos" --
de 158 crianças em 2011, contra 243 em 1990. Moçambique classifica-se no 22.º
lugar da lista, utilizada como "principal indicador dos progressos em direcção
ao bem-estar da criança", lê-se no documento, com 103 crianças entre cada
mil nascidas vivas a terem elevada probabilidade de morrer nos primeiros cinco
anos de vida, em 2011, em contraste com as 226 que se encontravam nessa
situação em 1990, indica o relatório.
A 28.ª posição da lista pertence a São Tomé e Príncipe, onde, em 2011, 89
crianças em mil enfrentavam esse limite temporal, contra 96 em 1990. Timor
Leste encontra-se no 51.º lugar, com uma TMM5 de 54 crianças em mil, muito
menos que a registada em 1990: 180 em mil. O arquipélago de Cabo Verde
classifica-se na 91.ª posição, apresentando uma TMM5 de 21 crianças em mil,
contra 58 em 1990. Na 107.ª posição, está o Brasil, que ocupa o último lugar
entre os países lusófonos com a mais baixa taxa de mortalidade de menores de
cinco anos, 16 crianças em 2011, contra 58 em 1990. No relatório, a agência
especializada da ONU esclarece que estes dados foram extraídos dos bancos de
dados globais da UNICEF e que se baseiam em estimativas do Grupo Interagências
das Nações Unidas sobre Mortalidade Infantil (UNICEF, Organização Mundial da
Saúde, Divisão de População das Nações Unidas e Banco Mundial).
Segundo o documento, "em 1970, aproximadamente 16,9 milhões de crianças
menores de cinco anos morriam a cada ano. Em comparação, em 2011, foi estimado
em 6,9 milhões o número de crianças que morreram antes do seu quinto
aniversário -- o que coloca em evidência uma queda significativa, no longo
prazo, no número global de mortes de menores de cinco anos". Como instrumento
para aferir o bem-estar da criança, a TMM5 apresenta várias vantagens, sublinha
a UNICEF, a primeira das quais é o facto de medir "um resultado final do
processo de desenvolvimento, e não um 'fator de contribuição' -- como nível de
matrículas, disponibilidade de calorias 'per capita' ou o número de médicos por
mil habitantes, que representam meios para determinado fim".
Além disso, prossegue, "sabe-se que a TMM5 representa o resultado de uma
ampla variedade de fatores de contribuição: por exemplo, antibióticos para
tratar pneumonia; mosquiteiros tratados com inseticida para evitar a malária e
bem-estar nutricional e conhecimento das mães sobre saúde". E ainda
"nível de imunização e uso da terapia de reidratação oral, disponibilidade
de serviços de saúde para a mãe e para a criança, inclusive atendimento
pré-natal, disponibilidade de renda e de alimentos na família, disponibilidade
de água potável e de saneamento básico, e segurança do ambiente da criança de
maneira geral", enumera a organização. - LUSA
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