MB – JMR - Lusa
Bissau, 05 jun
(Lusa) - O setor da Saúde Pública da Guiné-Bissau iniciou hoje uma greve geral
de sete dias decretada por três sindicatos, que reclamam o pagamento de
salários em atraso e mudança de categoria nas folhas do pagamento da
administração pública.
De acordo com
Domingos Sami, presidente do sindicato dos técnicos de saúde (STS), a greve é
"para pressionar o Governo a honrar compromissos antigos", designadamente
o pagamento de sete meses de salário aos chamados novos ingressos, pagamento de
subsídios, pagamento de salário ao pessoal contratado e ainda mudança de
escalões de vencimento.
O sindicalista
afirmou que os novos quadros do sistema de saúde guineense não recebem salário
há mais de sete meses.
"São quase 400
pessoas. É lamentável que estejam a trabalhar esse tempo todo sem
receber", notou Domingos Sami, frisando ainda que cerca de 350 novos
licenciados estão prontos para ser colocados nas regiões.
O porta-voz da
comissão negocial da greve, Garcia Baticã Sampaio, afirmou que 75 por cento do
pessoal afeto aos serviços da saúde pública guineense aderiu à greve, que está
a afetar o normal funcionamento do Hospital Simão Mendes a unidade de saúde de
referência na Guiné-Bissau.
A Agência Lusa
visitou o Hospital Simão Mendes tendo constatado a presença de dezenas de
doentes nos serviços de urgência a aguardar por atendimento. Nos serviços de
pediatria a Lusa pode constatar crianças e mães em desespero por falta de
assistência, que é garantida por um médico, uma enfermeira e uma assistente de
limpeza.
O diretor do
hospital, Lassana N'Tchassó, lamentou, em declarações à Lusa, que a greve
esteja a afetar os doentes, sobretudo as crianças.
"O pessoal que
os sindicatos disponibilizaram para assegurar os serviços mínimos não chega.
Por exemplo, nos serviços da urgência apenas está lá um médico para atender
casos ligados à cirurgia, medicina e ortopedia", lamentou Lassana
N'Tchasso.
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