João Santa Rita –
Voz da América
Novo livro detalha
presença económica de Angola. Alguns investidores causam preocupação por se
"esconderem por detrás da cortina"
Os investimentos de
Angola em Portugal devem alcançar presentemente “sem exageros” os cinco ou seis
mil milhões de Euros, disse o jornalista económico português Celso Filipe.
Filipe, subdirector
do Jornal de Negócios, publicado em Lisboa, acaba de lançar em Portugal
um livro sobre a presença económica angolana em Portugal titulado “O poder
angolano em Portugal”.
Filipe avisou que
embora esses investimentos sejam “substantivos” tende a haver “algum exagero em
como são avaliados” devido “às relações históricas entre os dois países e não
com a realidade dos factos”.
“O que é óbvio é
que os angolanos estão presentes em sectores importantes e estratégicos como
por exemplo na banca e nas telecomunicações e isso causa alguns incómodos em
alguns sectores,” disse.
O jornalista disse
que as posições dos investidores angolanos em empresas cotadas em
Portugal estavam avaliadas em 2,6 mil milhões de euros.
Entre empresas não
cotadas e outros investimentos essencialmente na área do imobiliário “podemos
estar a falar sem exagero entre cinco mil a seis mil milhões de euros”,
acrescentou.
Para além da banca
e telecomunicações e “algumas tentativas na comunicação social”, há
investimentos em empresas não cotadas mais pequenos no sector dos vinhos,
azeite, e produtos agrícolas.
Isto, disse, tem
mais a ver com uma razão ou racional de ´fechar o circuito´.
Angola é
importadora deste tipo de produtos e os investidores angolanos ao comprarem
empresas em Portugal que produzem esses mesmos produtos “fecham um ciclo ou
seja transformam-se também eles próprios em exportadores e importadores da sua
própria actividade”.
Interrogado sobre
de onde vêm os investimentos em Angola, Celso Filipe, fez notar os investimentos
de companhias como a Sonangol ou de empresas ligadas a Isabel dos Santos
filha do presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Contudo, disse, há
investidores “menos visíveis”.
“Essa é uma das
razões de algumas dúvidas em relação aos investimentos angolanos em Portugal,”
disse Celso Filipe para quem “poder haver várias razões” para “essa opacidade”.
Contudo,
acrescentou, “essa opacidade só joga contra eles porque a opacidade é inimiga
de um bom negócio e é inimiga do lucro”.
“Ao ficarem por
detrás da cortina esses investidores acabam por prejudicar o seu próprio
investimento porque ao lançar-se dúvidas sobre um negocio ele é menos
rentável,” disse.
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