Inforpress
O Governo está “a
trabalhar e à espera de boas novidades, a qualquer momento”, sobre o regresso
dos dois agentes da Polícia Nacional (PN) detidos sexta-feira em Bissau, disse,
na Praia, a ministra da Administração Interna.
Em declarações aos
jornalistas, Marisa Morais explicou que os dois agentes foram detidos “quando
já se encontravam na sala de embarque” para regressarem a Cabo Verde e que,
além das especulações que têm surgido na imprensa, ainda não tem “todos os
dados” que a permitam comentar o assunto.
Segundo a ministra, os dois agentes da Direcção de Estrangeiros e Fronteiras
(DEF) estavam em missão de serviço na Guiné-Bissau, onde chegaram na
terça-feira, 09 de Julho, e, na sexta-feira, 12, no momento de regresso, foram
detidos no aeroporto.
Questionada se se trata de uma retaliação contra Cabo Verde, Marisa Morais
disse que “não é altura para especular” e que todos devem ter a sensibilidade
necessária de, num momento como este, “deixar baixar a maré”.
A ministra adiantou que o regresso dos agentes da polícia deve acontecer na
madrugada de quinta para sexta-feira e confirmou que os detidos “não estão em
celas e estão a ser bem tratados”. Outra coisa não seria de esperar, alegou,
garantindo que a situação está a ser acompanhada pelo Governo.
Quanto à acusação de que os elementos da polícia nacional não levaram os
documentos habituais para este tipo de missão, afiançou: “esta é uma situação
que iremos analisar quando ambos regressarem”. Infelizmente, admitiu, “devido à
falta de ligações com a Guiné, tiveram de ficar em Bissau”.
O que importa, para a ministra, é resolver a situação e que os agentes estejam
de regresso a Cabo Verde “o mais depressa possível”, pelo que não haverá
necessidade de nenhuma missão se deslocar a Bissau para negociar a sua vinda.
À pergunta se acha normal este tipo de procedimento, respondeu: “não tenho de
achar normal ou anormal. Trata-se de um incidente e estamos a resolvê-lo”.
Admitiu, contudo, que não tem todas as informações necessárias para poder
responder às questões colocadas “sem entrar em especulação” e descartou a
possibilidade deste “incidente” criar mal-estar nas relações entre os dois
países.
“Trata-se, tanto quanto sabemos, de um simples incidente que pode acontecer em
várias fronteiras e que já aconteceu em fronteiras europeias, sem tanto ruído”,
referiu.
Os dois agentes da Polícia Nacional deslocaram-se a Bissau em missão de escolta
de uma cidadã desse país que cumpria uma pena de cinco anos em Cabo Verde por
tráfico de drogas, executando o despacho de pena acessória de expulsão do
Tribunal, após ter cumprido metade da pena.
Num contacto com a Agência de Notícias da Guiné (ANG), a Inforpress apurou que,
esta manhã, a Rádio Difusão Nacional da Guiné Bissau noticiava sobre os dois
agentes da PN, citando o primeiro-ministro, Rui Barros, que confirmava aos
deputados a detenção dos agentes cabo-verdianos, alegando que, supostamente,
não teriam cumprido as regras guineenses de extradição.
Fonte da Direcção de Estrageiros e Fronteiras de Cabo Verde explicou à Inforpress
que foram cumpridas todas as normas internacionais de extradição, ou seja,
foram informadas as companhias aéreas, neste caso, a Maroc Royal Airlines, os
pilotos, os aeroportos e a polícia guineense de que a extradição ia ter lugar
com o acompanhamento dos dois agentes.
Segundo as informações que a DEF detém, até segunda-feira, os dois agentes
encontravam-se nas instalações do Serviço de Informação da República (SIR) e
estava prevista a sua audição esta manhã pela Polícia Judiciária guineense.
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