Manuel José – Voz da
América
Mãos Livres vai
detalhar caso da dívida à URSS em que milhões foram alegadamente desviados para
contas pessoais
A organização não
governamental Mãos Livres tenciona em breve colocar em circulação em
Angola um livro detalhando um caso de fraude alegadamente envolvendo destacados
dirigentes do país, incluindo o presidente José Eduardo dos Santos.
O caso envolve o pagamento da divida angolana à antiga União Soviética de cuja
transacção milhões de dólares teriam sido transferidos para as contas pessoais
desses dirigentes.
A organização Mãos Livres apresentou aliás uma queixa sobre esta questão à
Procuradoria-Geral da República há três meses atrás mas aparentemente sem
qualquer sucesso.
A queixa crime de corrupção e branqueamento de capitais foi feita contra altas
figuras próximas ao presidente da república José Eduardo dos Santos e até ao
momento não há nenhuma resposta da PGR.
A queixa-crime contra altas figuras angolanas e estrangeiras envolvidas no
negocio da divida de Angola a Rússia em 1996, em que o governo angolano
arregimentou intermediários da empresa Abalone Investments, de Arcadi Gaydamak
empresário russo e Pierre Falcone empresário franco-angolano, para que estes
negociassem a liquidação da divida de Angola a Rússia avaliada em 5 mil milhões
de dólares, contraídas na compra de armamento para a guerra do nosso país.
De acordo com o relatório da Mãos Livres o total pago pela Sonangol à empresa
Abalone Investments foi cerca de 1 bilhão e quatrocentos milhões de dólares.
Parte desse dinheiro teria sido desviado para contas pessoais
Os nomes envolvidos na fraude, segundo a Mãos Livres são os russos Arcadi
Gaydamak e Vitaly Malkin, este senador da câmara russa, o franco-angolano
Pierre Falcone e da parte angolana José Eduardo dos Santos, presidente da
república e seus colaboradores Elísio de Figueiredo, na altura embaixador
angolano em França, Joaquim David director geral da Sonangol, José Paiva da
Costa e castro representante da Sonangol nas negociações e José Leitão antigo
ministro do gabinete da presidência da republica.
Em exclusivo a Voz da América o presidente da Associação queixosa Salvador
Freire diz não perceber as razões do silencio da Procuradoria Geral três meses
depois da apresentação formal do documento.
"Infelizmente há um silencio total quer das pessoas que foram alvo da
queixa , colaboradores do presidente da república, como também da Procuradoria
Geral da República,” disse.
“Não compreendemos porque que a PGR não investiga e só se preocupa com casos
menos importantes," acrescentou.
Salvador Freire interpreta contudo este silencio da Procuradoria como
concordância a acusação da sua associação.
"O silencio significa dizer que eles aceitaram o cometimento destes
crimes, há crime evidente, há provas também evidentes," disse
O advogado garante que as provas destes crimes estão compiladas em livro que a
qualquer altura será apresentado publicamente aos angolanos.
"Nos remetemos copias deste documento à presidência da república, a outras
instituições do país e ao próprio MPLA e dentro de poucos dias vamos apresentar
em conferencia de imprensa o livro sobre este relatório intitulado: Fraude em
altas Posições, O contrato corrupto da divida de Angola a Rússia," disse
Recordar que no dia 16 de Abril deste ano a Associação Mãos Livres apresentou
publicamente em simultâneo, em Luanda e na Suíça a queixa crime contra
colaboradores directos do presidente angolano José Eduardo dos Santos.
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