CGTP não dá
benefício da dúvida ao Governo
Liliana Coelho -
Expresso
Arménio Carlos
insiste na necessidade de eleições antecipadas."Manter este Governo é
descredibilizar a política e as instituições", disse à saída da reunião
com Cavaco Silva.
O secretário-geral
da CGTP, Arménio Carlos, voltou hoje a defender a realização de eleições
antecipadas na reunião com o Presidente da República.
"O Governo
colocou o país numa situação de calamidade económica e social, que precisa de
ser travada. Manter este Governo é manter uma situação insustentável para os
portugueses e para o país", declarou Arménio Carlos, à saída da reunião em
Belém, que durou cerca de 25 minutos.
"Manter este
Governo é descredibilizar a política e as instituições. A democracia precisa de
respirar e não ficar refém dos interesses dos lóbis económicos e financeiros. É
necessário dar palavra ao povo", acrescentou Arménio Carlos, frisando que
as confederações patronais têm sido "os grandes beneficiários" das
políticas do Executivo.
Segundo o líder da
CGTP, os interesses nacionais têm que se sobrepor aos interesses partidários,
uma vez que o contrário será estar contra a esmagadora maioria do país.
Arménio Carlos
sublinhou que o maior problema é o memorando de entendimento, que tem que ser
discutido com o Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário
Intrenacional.
"Não há que
ter medo da troika. Alguns dizem que a Grécia falhou, porque não cumpriu
compromissos, mas Portugal cumpriu e falhou, então o problema é o
memorando", afirmou.
Para o líder
sindical, vivemosuma grave crise, que tem soluções e responsáveis, mas que
exige mudar de rumo.
"Ou se corta
agora e se faz o trabalho de casa ou se confronta a troika que é preciso parar
esta política e que dentro de seis meses estamos numa situação pior",
defendeu.
Questionado sobre
se não vale a pena dar o benefício de dúvida ao Governo, Arménio Carlos disse
claramente que não, uma vez que em dois anos a situação económica e social
agravou-se e o desemprego aumentou.
"Neste momento
não damos o benefício da dúvida a quem não merece benefícios da dúvida. Se me
pedissem para avaliar o Governo, como se faz com os alunos, a nível pedagógico
não passava e a nível comportamental também não. Não merece, pois portou-se
mal", rematou.
UGT não se opõe a
eleições antecipadas
Carlos Silva
defendeu hoje em Belém a mudança de políticas do Governo, não se opondo à
realização de eleições antecipadas.
O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, afirmou hoje que não pediu eleições
antecipadas ao Presidente da República, mas também não se opõe a isso.
"A UGT aquilo
que transmitiu foi reforçar aquilo que nos levou para uma greve geral no dia 27
de junho, que mais importante que as pessoas que estão no Governo é mudar as
políticas", disse Carlos Silva aos jornalistas, à saída da reunião com
Cavaco Silva, no Palácio de Belém.
"Não somos
defensores de eleições antecipadas, mas também não somos contra um ato eleitoral
antecipado", acrescentou o líder da UGT, frisando a necessidade de
estabilidade governativa para se cumprir o programa financeiro.
De acordo com
Carlos Silva, as eleições seriam uma forma de reforçar a coesão e a confiança
relativamente ao novo Governo. "Mas naturalmente isso fica na mão do
senhor Presidente da República", sublinhou.
No caso de se
manter este Governo, o líder sindical diz que é preciso o Executivo ouvir os
parceiros sociais e não acusá-los de ser pessimistas.
Carlos Silva não
deixou também de criticar a crise política criada por este Governo. "Na
semana passada aconteceu uma implosão no Governo, impensável para dois partidos
maioria. Não se compreende esta atitude que deixou estarrecidos os portugueses.
Todos os atores devem ser co-responsabilizados por esta situação",
acrescentou.
Segundo o líder da
UGT, o Presidente da República deu garantias de que tudo fará para a
salvaguarda do supremo interesse de Portugal e que no final do dia fará uma
comunicação ao país.
*Título PG
Relacionado com opinião PG
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