Luanda, 22 ago
(Lusa) - Membros da sociedade civil e políticos de Angola, Portugal e Brasil
promoveram um abaixo-assinado contra a entrada da Guiné Equatorial na
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) como membro de pleno direito.
São promotores do
documento, enviado hoje à agência Lusa, os angolanos Justino Pinto de Andrade,
Filomeno Vieira Lopes, Nelson Pestana (políticos), Manuel Santos (sociólogo) e
Telmo Vaz Pereira (artista plástico, pintor e escultor).
De Portugal o
subscritor é Jorge Silva (autarca de Sintra) e pelo Brasil, Sónia Marisa
Martuscelli (linguista), Susan Aparecida de Oliveira e Mário Arrais (docentes
universitários).
No documento, os
autores referem que se opõem à entrada da Guiné Equatorial como membro de pleno
direito da CPLP, devido à existência naquele país de pena de morte, e por ser
um Estado em que "não se respeitam os direitos do Homem, nem a democracia
ou Estado de Direito", concluindo que "não reúne os pressupostos
fundamentais para fazer parte da organização".
O abaixo-assinado
recomenda que seja retirado Guiné Equatorial o estatuto de observador na CPLP,
lembrando que os detentores desta posição "devem comungar e praticar"
os princípios pelo qual foi criada a organização em 1996, ou seja, "no que
se refere à promoção das práticas democráticas, à boa governação e ao respeito
dos direitos humanos".
Os subscritores do
abaixo-assinado consideram o Presidente da Guiné Equatorial, Obiang Nguema,
"uma presença incómoda para a organização", acusando-o de nada fazer
"para democratizar o seu regime", persistindo na "manutenção,
pura e dura de uma ditadura autocrática feroz e bárbara, violando todos os
princípios políticos fundamentais da CPLP, envergonhando a organização, mesmo
sendo apenas membro observador".
"Ainda assim
na Guiné Equatorial continuam as violações dos Direitos Humanos e desrespeito
pelo Estado de Direito Democrático. A pena de morte continua em vigor e as
prisões arbitrárias, torturas, execuções sumárias, julgamentos injustos,
limitação da liberdade de expressão, de imprensa e manifestação mantêm-se como
práticas correntes", acusam ainda.
"Perante tal
situação de flagrante atropelo dos princípios da civilização defendidos pela
CPLP, a sociedade civil e as igrejas dos países membros, unidos pelo espírito
da liberdade, da fraternidade dos povos, da cooperação mútua e do
desenvolvimento sustentado não podem ficar calados e têm o dever moral e cívico
de denunciar a conivência de alguns dos Estados-membros e de se operem a este
estado de coisas", refere o documento.
Criada em 1996, a
CPLP é integrada por Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
NME // JMR - Lusa
2 comentários:
INSTRUMENTOS DE MANIPULAÇÕ!
É algo falseado a indignação relativa à entrada da Guiné Equatorial, que está à frente da Comissão do Golfo da Guiné, na CPLP (onde já está como observadora).
A ementa norte americana, ao mesmo tempo que tem na devida conta o regime de Malabo por causa do petróleo, do gás e dos interesses geo estratégicos, "lança os cães" que atiçam a propaganda dos "direitos humanos" e das "torturas"...
Se eles fossem minimamente sérios, tinham de há muito feito campanha contra o comportamento dos Estados Unidos, dentro e fora das suas fronteiras e teriam começado por aí!
Não sendo sérios e ao indiciarem agenciamento aos interesses do "tio Sam", não passam de instrumentos de manipulação!
INSTRUMENTOS DE MANIPULAÇÕ!
É algo falseado a indignação relativa à entrada da Guiné Equatorial, que está à frente da Comissão do Golfo da Guiné, na CPLP (onde já está como observadora).
A ementa norte americana, ao mesmo tempo que tem na devida conta o regime de Malabo por causa do petróleo, do gás e dos interesses geo estratégicos, "lança os cães" que atiçam a propaganda dos "direitos humanos" e das "torturas"...
Se eles fossem minimamente sérios, tinham de há muito feito campanha contra o comportamento dos Estados Unidos, dentro e fora das suas fronteiras e teriam começado por aí!
Não sendo sérios e ao indiciarem agenciamento aos interesses do "tio Sam", não passam de instrumentos de manipulação!
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