sábado, 24 de agosto de 2013

AMBIENTALISTAS ACUSAM POLÍCIA MOÇAMBICANA DE INTIMIDAÇÃO

 


A organização moçambicana Centro Terra Viva (CTV) acusou hoje a polícia moçambicana de intimidação e de impedir que mobilize a população de Palma, norte do país, para defender os seus direitos, alegadamente ameaçados pelas multinacionais Anadarko e ENI.
 
Em comunicado de imprensa enviado à Lusa em Maputo, o CTV, que trabalha na defesa do ambiente, diz que a presidente da organização, Alda Salomão, foi levada pela polícia para uma esquadra em Palma, distrito de Cabo Delgado, acusada de desobediência e incitação à violência.
 
O interrogatório terá durado cerca de 25 minutos e Alda Salomão foi acusada de influenciar a população a não cooperar com o Governo no objetivo de permitir a construção de infraestruturas de apoio às pesquisas de gás desenvolvidas pelas multinacionais americana Anadarko e italiana ENI na Bacia do Rovuma, refere a nota de imprensa.
 
"O argumento apresentado pela polícia, no interrogatório, que durou cerca de 25 minutos, foi o de que o secretário permanente distrital, Abdul Chafim Cartela Piconês, instruiu-a a interrogá-la e exigir que a acusada apresente uma credencial que autoriza a sua instituição a operar naquele distrito", refere a nota de imprensa do CTV.
 
Rejeitando estar a atuar fora da lei, o CTV diz que o seu trabalho tem consistido em assessoria jurídica às comunidades direta ou indiretamente afetadas pelo projeto de exploração de hidrocarbonetos em Palma.
 
A norte-americana Anadarko e a italiana ENI são os líderes de dois consórcios concorrentes que prospetam gás natural naquela região. A portuguesa Galp Energia detém 10% no consórcio da ENI, que inclui ainda empresas da China, da Coreia do Sul e de Moçambique.
 
As populações residentes nas zonas de operação das multinacionais envolvidas na pesquisa e exploração de recursos naturais em Moçambique têm-se queixado de expropriações de terras e destruição de ecossistemas vitais para a sua sobrevivência pelas empresas, alegadamente com a conivência ou silêncio das autoridades moçambicanas.
 
Notícias ao Minuto - Lusa
 

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