domingo, 25 de agosto de 2013

CRISE AUMENTA NÚMERO DE SUICÍDIOS EM PORTUGAL

 

Esquerda.net – 17.08.2012
 
A degradação das condições de vida da população, resultante das medidas de austeridade impostas pela troika e pelo governo português, contribui, tal como aconteceu na Grécia, para o aumento do número de suicídios.
 
Em 2011, registaram-se mais 110 suicídios do que em 2010, segundo o Instituto de Medicina Legal (IML). Os 1208 casos registados no ano passado, que correspondem a três suicídios por dia, e os 490 casos confirmados até julho deste ano, estão, contudo, longe de representar a real dimensão deste fenómeno, já que “muitas vezes o Ministério Público dispensa a autópsia quando tem suspeitas fundadas de que não houve crime”, conforme esclarece Duarte Nuno Vieira, presidente do IML.
 
Ainda que assuma que “ainda não se pode, dada a fragilidade dos dados, avaliar a relação entre a crise social e o aumento do suicídio”, o presidente da Associação Portuguesa de Suicidologia, José Carlos Santos, citado pelo jornal Sol, admite que “será expectável um aumento do número de casos, dado o número dos fatores de risco – nomeadamente, o desemprego, a taxa de pobreza, a instabilidade social e a diminuição dos apoios sociais”.
 
Esta tendência é, aliás, confirmada pelo aumento do número de chamadas relativas a comportamentos suicidas recebidas pelos psicólogos do INEM entre janeiro e julho de 2012. Durante este período, estes técnicos receberam 904 contactos de pessoas que planeavam ou tentaram matar-se, o que representa um aumento de 27% face ao mesmo período de 2011 e constitui o número mais alto desde a criação do centro de Apoio Psicológico e de Intervenção em Crise (CAPIC) do INEM, em 2004.
 
Mário Pereira, coordenador do CAPIC, adiantou, em declarações ao jornal Sol, que, “embora não explique tudo”, a crise “agudizou problemas e vulnerabilidades já existentes”. "Muitas famílias admitem que não conseguem fazer face às despesas nem alimentar os filhos”, avançou ainda Mário Pereira.
 
Grécia também registou aumento do número de suicídios
 
Se antes da crise financeira, em 2009, a Grécia tinha uma das mais baixas taxas de suicídio do mundo, mediante a imposição, por parte da troika e do governo grego, de duras medidas de austeridade, este país registou um aumento de 40 por cento nos suicídios no primeiro semestre de 2010, de acordo com o Ministério da Saúde.
 
Ainda que não existam, à data, estatísticas oficiais sobre o ano de 2011, vários especialistas alertam para o facto de a taxa de suicídios ter duplicado na Grécia.
 
Os casos mais recentes de suicídios públicos, como por exemplo o caso do farmacêutico septuagenário Dimitris Christoulas, que pôs fim à própria vida na praça Syntagma por não querer “deixar dívidas” aos seus filhos, espelha bem esta realidade.
 
Foto de Marta Vieira Pereira, Flickr
 
Seis reclusos suicidaram-se desde janeiro deste ano
 
Lusa – 25.08.2013
 
Seis reclusos suicidaram-se nas prisões portuguesas desde o início deste ano até 20 de agosto, menos 10 casos do que os registados em 2012, segundo dados da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
 
De 01 de janeiro até 31 de dezembro de 2012, 16 presos colocaram termo à vida nos estabelecimentos prisionais do país.
 
No mesmo período, a DGRSP contabilizou 14 evasões, com 23 evadidos, estando ainda a monte presentemente quatro reclusos.
 
Até 20 de agosto, ocorreram quatro evasões, tendo os quatro presos evadidos sido todos recapturados.
 

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