Berlim, 1 set
(Prensa Latina) Organizações alemãs de direitos humanos premiaram ex-analista
da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos Edward Snowden, por
desvelar uma trama de espionagem dos serviços secretos de seu país.
O prêmio, dotado de
três mil euros, é patrocinado pela Associação Alemã de Cientistas (VDW), pela
seção alemã da Associação Internacional de Advogados contra as Armas Nucleares
(Ialana) e a filial nacional de Transparência Internacional.
"Somos extremamente gratos ao senhor Edward Snowden", disse a presidenta da seção alemã de Transparency Internacional, Edda Mueller, que se dedica à luta contra a corrupção.
Com sua valentia e sentido da responsabilidade, Snowden tem provocado um debate necessário sobre a espionagem, agregou Mueller.
No ato solene em Berlim, representantes dos partidos da oposição alemã -social-democratas, verdes e socialistas- expressaram seu respeito pelo ex-contratista da NSA.
Por sua vez, Snowden, que recebeu asilo temporário na Rússia, transmitiu uma nota de agradecimento pela distinção através do ativista e técnico de software Jacob Appelbaum.
O também ex-agente da CIA agradeceu "a todas as pessoas que participam no debate político".
Fundado em 2011, o prêmio honra a pessoas "que têm descoberto situações precárias e graves irregularidades em seu meio de trabalho que põem em perigo o ser humano, a sociedade, o ambiente e a paz".
O informante aceita que a publicação destes dados afeta sua carreira pessoal, sua existência física e a de seus familiares, segundo a descrição do galardão.
Há dois anos, o prêmio foi outorgado ao pesquisador nuclear Rainer Mooremann e à pessoa então desconhecida (Bradley Manning), que fez público o video "Collateral Murder" sobre o ataque aéreo a civis no Iraque em 2007.
Manning foi sentenciado em uma corte militar a 35 anos de prisão pela histórica filtragem de documentos classificados ao site Wikileaks.
O também ex-analista estadunidense de inteligência recompilou e transferiu a esse portal quase meio milhão de registros das guerras de Iraque e Afeganistão, e mais de 250 mil telegramas diplomáticos.
ocs/hcn/cc
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