domingo, 15 de setembro de 2013

ANGOLA É O PAÍS MENOS COMPETITIVO DA ÁFRICA AUSTRAL

 


António Ribeiro Ferreira – Jornal i, ontem
 
Corrupção, qualificação da mão-de-obra, ineficiência do Estado, financiamento e infra-estruturas são as razões do mau desempenho
 
Angola é, em termos de competitividade, o país mais atrasado em relação aos seus parceiros da Comunidade Para o Desenvolvimento da África Austral (SADC em inglês) segundo um relatório global de competitividade do World Economic Forum, divulgado no início deste mês e que faz a manchete do semanário económico angolano "Expansão".
 
Segundo os dados recolhidos por esta organização, o país está em 142º lugar num total de 148 países analisados, sendo que os mais bem classificados são as ilhas Maurícias (45º), África do Sul (53º) e o Botswana (74º).
 
PIB per capita cresceu
 
Apesar da sua baixa classificação relativamente aos restantes países da SADC, o documento refere que Angola obteve um progresso positivo em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita, atingindo em 2012 os 5873 dólares, quando da última vez que participou, em 2010, o indicador se situava nos 3972 dólares. O relatório refere que a média do PIB per capita nos países SADC se situou em cerca de 2600 dólares em 2012.
 
De entre os 14 países da SADC, o país situa-se em 13º lugar, tendo em atenção que a República Democrática do Congo não participa na lista.
 
No comentário relativamente a Angola, o relatório - liderado por Klaus Schwab, do World Economic Forum, e Xavier Sala-i-Martín, da Universidade de Columbia - indica que "tal como acontece com seus pares exportadores de petróleo", o país "tem um balanço orçamental positivo e uma dívida pública baixa que contribui para um ambiente macroeconómico estável". No entanto, o documento adianta que "ainda há muito a ser feito em toda a linha para construir o País de forma a ser competitivo".
 
Oportunidade única
 
O documento refere ainda que, "dada a sua situação orçamental favorável, o país tem uma oportunidade única de investir as receitas do petróleo em medidas de reforço de competitividade".
 
Neste contexto, "o seu fraco desempenho em todos os indicadores de governação é preocupante". "As instituições públicas e privadas são caracterizadas pela corrupção generalizada e a ineficiência dos gastos do governo põe em dúvida a capacidade passar os recursos para as áreas mais importantes", lê-se no relatório.
 
Além disso, o documento refere também que Angola "é um dos países menos desenvolvidos a nível mundial" e que a sua população "estaria bem melhor se houvesse melhorias na educação nos sistemas de saúde".
 
Corrupção à frente
 
A partir dos inquéritos realizados em Angola e que sustentaram os resultados em conjunto com os restantes 147 países, o documento indica quais os factores mais problemáticos que o país tem para fazer negócio. A corrupção foi apontada por 18,9% dos inquiridos como o problema mais grave, mas também há outros factores, como falta de mão-de-obra qualificada (14,9%), ineficiência do Estado (14,7%), acesso ao financiamento (13,8%) ou infra-estruturas inadequadas (10%).
 

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