António Ribeiro
Ferreira – Jornal i, ontem
Corrupção,
qualificação da mão-de-obra, ineficiência do Estado, financiamento e
infra-estruturas são as razões do mau desempenho
Angola é, em termos
de competitividade, o país mais atrasado em relação aos seus parceiros da
Comunidade Para o Desenvolvimento da África Austral (SADC em inglês) segundo um
relatório global de competitividade do World Economic Forum, divulgado no
início deste mês e que faz a manchete do semanário económico angolano
"Expansão".
Segundo os dados
recolhidos por esta organização, o país está em 142º lugar num total de 148
países analisados, sendo que os mais bem classificados são as ilhas Maurícias
(45º), África do Sul (53º) e o Botswana (74º).
PIB per capita
cresceu
Apesar da sua baixa
classificação relativamente aos restantes países da SADC, o documento refere
que Angola obteve um progresso positivo em termos de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) per capita, atingindo em 2012 os 5873 dólares, quando da
última vez que participou, em 2010, o indicador se situava nos 3972 dólares. O
relatório refere que a média do PIB per capita nos países SADC se situou em
cerca de 2600 dólares em 2012.
De entre os 14
países da SADC, o país situa-se em 13º lugar, tendo em atenção que a República
Democrática do Congo não participa na lista.
No comentário
relativamente a Angola, o relatório - liderado por Klaus Schwab, do World
Economic Forum, e Xavier Sala-i-Martín, da Universidade de Columbia - indica
que "tal como acontece com seus pares exportadores de petróleo", o
país "tem um balanço orçamental positivo e uma dívida pública baixa que
contribui para um ambiente macroeconómico estável". No entanto, o
documento adianta que "ainda há muito a ser feito em toda a linha para
construir o País de forma a ser competitivo".
Oportunidade única
O documento refere
ainda que, "dada a sua situação orçamental favorável, o país tem uma
oportunidade única de investir as receitas do petróleo em medidas de reforço de
competitividade".
Neste contexto,
"o seu fraco desempenho em todos os indicadores de governação é
preocupante". "As instituições públicas e privadas são caracterizadas
pela corrupção generalizada e a ineficiência dos gastos do governo põe em
dúvida a capacidade passar os recursos para as áreas mais importantes",
lê-se no relatório.
Além disso, o
documento refere também que Angola "é um dos países menos desenvolvidos a
nível mundial" e que a sua população "estaria bem melhor se houvesse
melhorias na educação nos sistemas de saúde".
Corrupção à frente
A partir dos
inquéritos realizados em Angola e que sustentaram os resultados em conjunto com
os restantes 147 países, o documento indica quais os factores mais
problemáticos que o país tem para fazer negócio. A corrupção foi apontada por
18,9% dos inquiridos como o problema mais grave, mas também há outros factores,
como falta de mão-de-obra qualificada (14,9%), ineficiência do Estado (14,7%),
acesso ao financiamento (13,8%) ou infra-estruturas inadequadas (10%).
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