O PS reforçou hoje
o pedido de demissão da ministra das Finanças, considerando que o comunicado do
ministério desta tarde já "esclareceu em absoluto" que Maria Luís
Albuquerque "mentiu à comissão parlamentar".
"Maria Luís
Albuquerque mentiu à comissão de inquérito, se alguma dúvida ainda ainda
existisse, o esclarecimento hoje enviado pelo ministério das Finanças e o seu
anexo esclarece em absoluto essa dúvida", afirmou o líder parlamentar
socialista, Carlos Zorrinho, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
O Ministério das
Finanças esclareceu hoje que as funções de Maria Luís Albuquerque no IGCP -
Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública "eram de análise de
pedidos das empresas públicas sobre empréstimos e não sobre ´swaps'".
O esclarecimento do
Ministério das Finanças surge depois de, na segunda-feira, o antigo presidente
da Estradas de Portugal (EP), Almerindo Marques, ter afirmado no parlamento que
a atual ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, foi a responsável do
IGCP que deu o parecer favorável ao contrato ‘swap' celebrado pela empresa em
2010.
"O contrato
teve parecer favorável do IGCP e a técnica foi a ministra das Finanças",
declarou Almerindo Marques na comissão parlamentar de inquérito aos‘swap'
(instrumentos de gestão de risco financeiro).
"Tal como já
foi explicitado pela própria na Comissão Parlamentar de Inquérito à Celebração
de Contratos de Gestão de Risco Financeiro por Empresas do Setor Público, as
funções de Maria Luis Albuquerque no IGCP eram de análise de pedidos das
empresas públicas sobre empréstimos e não sobre ´swaps'", lê-se no
comunicado do Ministério das Finanças.
O ministério
acrescenta que "em 2009-2010, o IGCP não estava mandatado para emitir
pareceres obrigatórios sobre contratação de instrumentos derivados".
Numa reação ao
comunicado, o líder da bancada do PS referiu que os documentos enviados pelo
ministério das Finanças permitem concluir que Maria Luís Albuquerque não só
teve contacto com ‘swaps', como "assinou de cruz".
"Teve
exatamente o mesmo comportamento de que acusou os seus colegas secretários de
Estado e os gestores públicos, comportamento que levou à demissão desses
gestores públicos e desses secretários de Estado", acrescentou Carlos
Zorrinho.
Por isso,
continuou, "não há nenhuma razão para a ministra das Finanças ficar impune
neste processo, nem para PSD continuar a atirar areia para os olhos".
Lusa
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