quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Portugal: COELHO PROTEGIDO, CÃES E GATOS PRÁ RUA

 

Balneário Público
 
Dois cães e quatro gatos é quantos animais quadrúpedes a ministra Cristas quer impor como limite nas casas dos portugueses. Não refere outros animais de estimação nem de desprezo. Já avisei o meu feiérrimo coelho Passos que pode ficar descansado porque a ministra Cristas é amiga dos coelhos. E ele foi transmitir a notícia aos outros oito compinchas orelhudos que vagabundeiam pela varanda a abarrotar de caganitas e muito pouco comida por estarem a pão e água, por castigo e desprezo. É que para mim coelhos é para desprezar e sentir o prazer de os ver andar por ali pela varanda ao frio, ao calor, ao sol tórrido… Mesmo assim não morrem, nem adoecem. São de má-raça. Talvez da raça do dia da dita a que Cavaco se péla por homenagear. Ele, tal qual Salazar. Mas voltando aos limites animalescos que cada português pode ter em casa (acreditem porque é verdade) vou ter de me desfazer de dois cães e três gatos para cumprir a lei de Cristas, a ministra que anda a brincar com o país porque a crise já terminou e estamos na melhor das sociedades, e do progresso, e da abastança, etc. Com esta lei vai ser uma alegria ver-mos os cidadãos sem-abrigo acompanhados pelos gatos sem-abrigo e pelos cães sem-abrigo escorraçados das casas por Cristas. Coelhos sem-abrigo é que não, nem constam por limites na lei da escorraça animais. Podemos ter em casa os coelhos que quisermos. Na rua é que não podem andar. Compreende-se a ministra. Imaginem o que aconteceria se a lei do limite dos animais nas casa portuguesas incluíssem os coelhos e tivéssemos de os pôr fora de casa. Andava tudo com uma moca à caça do Coelho para lhe dar traulitadas, descarregar a bílis e ter o que cozinhar na panela. Nem outra atitude seria de esperar, com a fome que vai por este Portugal. Ponto assente: coelhos protegidos, cães e gatos prá rua. Coelho Passos e os outros na minha varanda estão protegidos pela lei Cristas e não vão para a rua. Resta-me o consolo de ver os coelhos na varanda a penarem. Ao menos isso, enquanto a fome cá em casa não apertar, permitindo assim que por agora não os encaminhe para a panela depois de umas traulitadas. Que é o mais certo.
 
Álvaro Tomeu
 
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