Houve aplausos,
cantou-se a 'Grândola', a tomada de posse do novo presidente da Câmara do
Funchal foi emotiva
Marta Caires, correspondente na Madeira – Expresso
"Este é o
primeiro dia de um tempo novo" e a frase, a primeira do discurso de Paulo
Cafôfo, arrancou aplausos entre as muitas pessoas que assistiam à tomada de
posse do novo presidente no salão nobre da Câmara Municipal do Funchal.
A mesma assistência
reservou uns assobios e apupos para Bruno Pereira, o candidato derrotado e
agora vereador do PSD. No fim, feitos os discursos, ouviu-se cantar a
'Grândola", que não foi em protesto, mas de celebração.
Interrompido várias
vezes pelos aplausos, Paulo Cafôfo declarou-se como o presidente de todos os
funchalenses, cumprimentou os autarcas cessantes e, para não haver dúvidas,
disse que a Câmara do Funchal será independente do Governo Regional.
A causa é a da
cidade e o novo autarca está disponível para encontrar consensos. Sem uma
maioria de vereadores, o presidente ofereceu pelouros aos vereadores do PCP e
do CDS, ambos recusaram. Cafôfo não fechou as portas e reafirmou hoje, no
discurso de tomada de posse, abertura às propostas da oposição.
O discurso também
prometeu uma cidade cosmopolita, uma agenda cultural intensa, rigor nas contas,
um executivo municipal virado para as pessoas, solidário e humano, mas a
verdade é que, hoje, no salão nobre da Câmara do Funchal contou mais o
ambiente, a emoção do que as promessas e propostas de Paulo Cafôfo. O momento
histórico de ver a principal câmara da Madeira mudar de mãos e de cor política
pela primeira vez em 39 anos de democracia dominou a tomada de posse.
António José
Seguro, líder nacional do PS, e João Semedo, coordenador do Bloco de Esquerda,
estiveram presentes na cerimónia. O momento assim o exigia, disseram depois. E,
ao contrário do que aconteceu nas tomadas de posse de São Vicente e Porto Santo
(outras das câmaras da Madeira que mudaram de cor), o Governo Regional fez-se
representar pelo vice-presidente, assim como a Assembleia Legislativa que
enviou Miguel Sousa. Presente esteve também Miguel Albuquerque, o presidente
cessante.
Todos, ilustres e
povo anónimo, encheram o salão nobre. No fim, já depois do discurso, ouviu-se
cantar 'Grândola', que desta vez não foi em protesto, foi em celebração. O
primeiro dia de um novo tempo é, segundo Paulo Cafôfo, o fim do medo.
"Esse medo, essa prisão, que existe na nossa sociedade e que limita a
liberdade".
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