O corpo do
ex-presidente brasileiro João Goulart, que morreu no exílio durante a ditadura
militar, será exumado para averiguar a hipótese de ter sido envenenado, segundo
portaria do Governo brasileiro publicada esta quinta-feira.
O ex-presidente
faleceu, segundo a versão oficial, de um ataque cardíaco, em Mercedes, na
Argentina, no dia 6 dezembro de 1976 e o corpo foi enterrado na sua cidade
natal, São Borja, no sul do Brasil, sem que tenha sido realizada autópsia.
O pedido de exumação
partiu de familiares de João Goulart, baseado no depoimento de um agente dos
serviços de informações do Uruguai, que alega que o ex-presidente terá sido
assassinado por envenenamento.
A morte terá sido
arquitetada por agentes da Operação Condor, um movimento conjunto das ditaduras
sul-americanas, que tinha como intenção prender opositores de esquerda e
dissidentes.
Para acompanhar os
trabalhos de exumação, o Governo brasileiro nomeou um grupo de trabalho com
nove representantes, coordenados pela Polícia Federal.
Foram nomeados
ainda outros seis representantes internacionais, dois especialistas para cada
um dos países que poderão ter tido algum envolvimento, Argentina, Uruguai e
Cuba.
Peritos contratados
pelos familiares também acompanharão os trabalhos.
As conclusões da
investigação serão entregues à ministra brasileira dos Direitos Humanos, Maria
do Rosário, e outro à Comissão da Verdade, grupo formado em 2011 para
investigar os crimes cometidos durante a ditadura no Brasil.
Jornal de Notícias
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