Balneário Público
No Lagarteiro,
Porto, a escuridão é companhia de novos, velhos, crianças, entrevados, acamados,
paraplégicos. Todos carenciados económicamente. A luz foi-se. A energia
elétrica para carregar as baterias da cadeira de rodas está proibida. Em
Portugal a dignidade dos portugueses é bem proibido porque está refém do
governo e do presidente da República nos seus conluios e silêncios. A dignidade
dos portugueses carenciados, no Lagarteiro, pertence à EDP e às suas
chinezisses. Mas não só no Bairro do Lagarteiro. Diz assim no Expresso: “EDP deixa bairros sociais do Porto às escuras”.
E sucinta: “Depois do bairro do Lagarteiro, a empresa foi hoje para Contumil
cortar a eletricidade, sempre sob forte escolta policial”. Escolta policial
para os ladrões da luz que dizem pertencer-lhes. Escolta policial para os
ministros, e PR, e para todos aqueles que têm a consciência pesada ou ao menos
a noção de que são carrascos do povo português. Eles não ignoram que levavam
umas cachaporradas valentes se andassem por aí sem… escolta. O povo é sereno,
mas só até um dia. E esse dia está cada vez mais perto de chegar. Não será
sempre assim por esta ordem mas quase: primeiro cortam os rendimentos, aumentam
tudo, depois cortam a luz, a seguir a vida. Infelizmente há sempre quem se
preste a ser guarda pretoriana dos sabujos dos governos e das grandes empresas.
Protetores dos ladrões deste país, protegidos com os impostos e o fruto dos
roubos que praticam. É a lei: “dura lex sed lex”. É dura mas é lei. Dizem. É
sempre assim quando a lei os favorece porque a viram para si (eles). Já não
serve se for contra os interesses deles, da corja. Olhem o que dizem e fazem
contra a Lei Principal, a Constituição. São meros ladrões da nossa luz e da
nossa vida. Até quando consentimos?
Ana Castelar
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