terça-feira, 5 de novembro de 2013

SALÁRIOS EM ATRASO MOTIVAM POSSÍVEL GREVE NA GUINÉ-BISSAU

 


Vários sindicatos da função pública da Guiné-Bissau estão a pressionar o governo de transição com greves e ameaças de paralisação devido a salários em atraso e reivindicações de melhoria de condições de trabalho.
 
O ano lectivo, que devia ter começado a 30 de Setembro no ensino público, ainda não arrancou porque os professores continuam em greve.
 
Noutro sector, os funcionários da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB, uma das maiores empresas públicas do país) estão a bloquear os portões do porto da capital desde quinta-feira.
 
Na área da comunicação social pública, os trabalhadores da Televisão da Guiné-Bissau (TGB) também estiveram em greve, inicialmente por 15 dias, mas após uma semana de paralisação decidiram suspender o protesto, estando agora em negociações com o governo.
 
"Estamos a trabalhar no memorando de entendimento que vamos assinar com o governo", disse à agência Lusa, Zain Pereira de Jesus, porta-voz do sindicato da TGB, segundo o qual o documento pode ser assinado ainda esta semana.
 
Em conversações com o governo estão também os sindicatos dos professores, com vista ao pagamento de pelo menos seis dos dez meses de salários em atraso.
 
Luís Nancassa, presidente do Sinaprof (Sindicato Nacional dos Professores), disse à Lusa que as conversações têm sido lideradas pelo ministro de Estado e da presidência do Conselho de Ministros, Fernando Vaz, e "estão bem encaminhadas".
 
De acordo com o sindicalista, a pedido do ministro de transição, as conversações foram suspensas para que o governo possa consultar a disponibilidade financeira do Fundo de Promoção Industrial (FUNPI) que seria utilizado para o pagamento aos professores.
 
Por sugestão das confederações sindicais, o governo aceitou emprestar parte do FUNPI para pagar aos professores para que estes levantem a greve de 90 dias que estão a observar desde o dia 28 de Setembro.
 
Se até quarta-feira, dia 08 deste mês, não for encontrada uma solução para a greve dos professores, as duas centrais sindicais do país (UNTG e CGSI) ameaçam paralisar toda a função pública com uma greve geral de dois dias.
 
Na empresa de administração dos Portos da Guiné-Bissau não foi decretada oficialmente uma greve, mas desde quinta-feira que os portões da empresa estão bloqueados com contentores colocados pelos trabalhadores.
 
Descontentes com uma alegada pretensão do governo em conceder a gestão da empresa a um grupo francês, os trabalhadores exigem agora que Orlando Viegas, ministro dos Transportes e Comunicações, que tutela a empresa, seja demitido.
 
Questionado pela Lusa sobre se a exigência de substituição do ministro é incontornável, Hélder Gomes, presidente do sindicato da APGB, afirmou que "todos os cenários estão em cima da mesa".
 
O plenário do comité sindical da empresa está reunido e do encontro deverá sair uma posição "definitiva sobre o problema", observou Hélder Gomes.
 
Lusa
 

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