quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau defende "desarmamento de espíritos"

 


Lisboa, 08 jan (Lusa) - O representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau afirmou hoje que o primeiro passo desta missão é o "desarmamento dos espíritos" para compreender a necessidade de concertação política no país.
 
Carlos Alves Moura falava no final da reunião extraordinária do Comité de Concertação Permanente (CCP) dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
Esta é "uma missão de diálogo, em função de uma participação política da Guiné-Bissau, Estado-membro da CPLP, que procura encontrar os caminhos da democracia e do progresso", sublinhou o responsável brasileiro.
 
"É com este espírito que acabo de assumir este cargo, de diálogo e concertação com a sociedade guineense, seguindo as orientações dos Estados-membros da CPLP", afirmou Carlos Moura, que parte para Bissau no sábado.
 
"O CCP deu um claro apoio" a esta missão temporária, mas sem um prazo definido, sendo que este trabalho deverá ser desenvolvido "em concertação com todas as organizações internacionais [ONU, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e União Africana (UA)] e com as representações diplomáticas acreditadas na Guiné-Bissau", acrescentou.
 
Carlos Alves Moura declarou ainda acreditar "na realização das eleições gerais na data prevista" de 16 de março, apesar de as autoridades guineenses terem alargado o prazo para o recenseamento eleitoral.
 
O escrutínio esteve inicialmente previsto para 24 de novembro passado, mas foi adiado devido a atrasos no financiamento e também no recenseamento.
 
O XVIII Conselho de Ministros da organização lusófona, realizado em julho de 2013, em Maputo, decidiu designar um representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau para acompanhar, no terreno, a evolução da situação até à conclusão do processo eleitoral.
 
A resolução determinava que o representante especial devia "acompanhar no terreno a evolução da situação na Guiné-Bissau até a conclusão do processo eleitoral" e submeter, para avaliação dos Estados-membros, um relatório sobre a possibilidade de criar uma representação permanente na Guiné-Bissau.
 
Carlos Moura chefiou a Representação Temporária da CPLP em Bissau, entre 2004 e 2006, tendo sido o seu trabalho reconhecido pela Declaração de Apreço adotada pelo XI Conselho de Ministros da CPLP, realizado em 2006, em Bissau.
 
Em representação da CPLP, Carlos Alves Moura chefiou também a missão de observação eleitoral às legislativas de 2012 em Timor-Leste.
 
A Guiné-Bissau vive desde abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado e está prevista a realização de eleições gerais a 16 de março deste ano.
 
A CPLP integra oito Estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
 
A República da Guiné Equatorial e as Ilhas Maurícias têm Estatuto de Observador Associado desde julho de 2006. O Senegal foi admitido com o mesmo Estatuto em julho de 2008.
 
EJ // VM - Lusa
 

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