Lisboa, 08 jan
(Lusa) - O representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau afirmou hoje que
o primeiro passo desta missão é o "desarmamento dos espíritos" para
compreender a necessidade de concertação política no país.
Carlos Alves Moura
falava no final da reunião extraordinária do Comité de Concertação Permanente
(CCP) dos Estados-membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Esta é "uma
missão de diálogo, em função de uma participação política da Guiné-Bissau,
Estado-membro da CPLP, que procura encontrar os caminhos da democracia e do
progresso", sublinhou o responsável brasileiro.
"É com este
espírito que acabo de assumir este cargo, de diálogo e concertação com a
sociedade guineense, seguindo as orientações dos Estados-membros da CPLP",
afirmou Carlos Moura, que parte para Bissau no sábado.
"O CCP deu um
claro apoio" a esta missão temporária, mas sem um prazo definido, sendo
que este trabalho deverá ser desenvolvido "em concertação com todas as
organizações internacionais [ONU, Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO) e União Africana (UA)] e com as representações diplomáticas
acreditadas na Guiné-Bissau", acrescentou.
Carlos Alves Moura
declarou ainda acreditar "na realização das eleições gerais na data
prevista" de 16 de março, apesar de as autoridades guineenses terem
alargado o prazo para o recenseamento eleitoral.
O escrutínio esteve
inicialmente previsto para 24 de novembro passado, mas foi adiado devido a
atrasos no financiamento e também no recenseamento.
O XVIII Conselho de
Ministros da organização lusófona, realizado em julho de 2013, em Maputo, decidiu
designar um representante especial da CPLP para a Guiné-Bissau para acompanhar,
no terreno, a evolução da situação até à conclusão do processo eleitoral.
A resolução
determinava que o representante especial devia "acompanhar no terreno a
evolução da situação na Guiné-Bissau até a conclusão do processo
eleitoral" e submeter, para avaliação dos Estados-membros, um relatório
sobre a possibilidade de criar uma representação permanente na Guiné-Bissau.
Carlos Moura
chefiou a Representação Temporária da CPLP em Bissau, entre 2004 e 2006, tendo
sido o seu trabalho reconhecido pela Declaração de Apreço adotada pelo XI
Conselho de Ministros da CPLP, realizado em 2006, em Bissau.
Em representação da
CPLP, Carlos Alves Moura chefiou também a missão de observação eleitoral às legislativas
de 2012 em Timor-Leste.
A Guiné-Bissau vive
desde abril de 2012 um período de transição após o golpe de Estado e está
prevista a realização de eleições gerais a 16 de março deste ano.
A CPLP integra oito
Estados-membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal,
São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
A República da
Guiné Equatorial e as Ilhas Maurícias têm Estatuto de Observador Associado
desde julho de 2006. O Senegal foi admitido com o mesmo Estatuto em julho de
2008.
EJ // VM - Lusa
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