sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Portugal: OBRAS DE MIRÓ SAÍRAM DO PAÍS POR MALA DIPLOMÁTICA

 

Anabela Natário e Alexandra Carita - Expresso
 
O leilão dos Mirós está por realizar, mas a polémica gerada com a venda da coleção de quadros do extinto BPN parece que vai durar.

Os 85 quadros de Miró, cujo leilão previsto para ontem e hoje a Christie's suspendeu, foram para Londres via mala diplomática, ou seja o seu transporte foi efetuado como se se tratasse de propriedade do Estado, soube o Expresso.
 
O Expresso apurou ainda que a Direção-Geral do Património não passou quaisquer guias de transporte para que a coleção que pertenceu ao BPN saisse do país, facto que seria indispensável caso se tratasse de propriedade privada.
 
"Dizer que os Mirós são do Estado é uma mistificação", afirmou ontem à noite o secretário de Estado da Cultura, Barreto Xavier, em entrevista à TVI24.
 
Também ontem, mas à tarde, a leiloeira britânica anunciou em comunicado que cancelava a venda, devido "às incertezas legais" criadas pela "disputa nos tribunais portugueses".
 
"Eu não me vou pronunciar sobre uma situação que está em curso. (...) Não sou uma empresa de transportes, não sei se os quadros vão andar atrás para diante. Mas vão voltar para cá, sim", disse Jorge Barreto Xavier.
 
O Expresso sabe ainda que o grupo parlamentar do PS vai dar entrada a um requerimento para que lhe seja solicitado o contrato assinado entre a Parvalorem (empresa que gere os ativos do BPN) e a leiloera Christie's. O prazo limite para obtenção do documento é de 30 dias.
 
Contatado pelo Expresso, o secretário de Estado da Cultura ainda não mostrou disponibilidade para quaisquer esclarecimentos.
 
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