Rui Marques,
ex-diretor da "Missão Paz em Timor" é um dos apresentadores do livro
de Xanana. Eanes, que também estava no "Lusitânia Expresso", está no
lançamento do livro.
Manuela Goucha Soares - Expresso
Manuela Goucha Soares - Expresso
Doze anos depois da
independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002, "Xanana é um líder
mais maduro, com mais sabedoria e mais audaz", disse ao Expresso Rui
Marques, que em 1992 organizou a viagem do "Lusitânia Expresso" que
tinha por objetivo principal chamar a atenção da comunidade internacional para
a urgência de libertar Timor da ocupação indonésia.
Rui Marques e D.
Ximenes Belo são os dois apresentadores do livro "Xanana Gusmão e os
primeiros dez anos da construção do Estado Timorense", hoje às 17h30, na
sede da CPLP em Lisboa.
Com chancela da
Porto Editora e mais de 600 páginas, a obra reúne dez anos de discursos de
Xanana, primeiro como Presidente da República e, depois, como primeiro-ministro
do mais jovem país de língua oficial portuguesa.
Tem quatro
prefácios dos portugueses Cavaco Silva, António Guterres, Jorge Sampaio e Durão
Barroso, junta-se um quinto do timorense Agio Pereira, ministro da Presidência
do governo chefiado por Xanana.
Ramalho Eanes no
lançamento do livro de Xanana
O ex-Presidente da
República António Ramalho Eanes estava a bordo do "Lusitânia
Expresso", quando a Marinha de Guerra indonésia impediu o navio de
prosseguir até Díli e vai estar presente no lançamento do livro de Xanana.
"Fiquei
sensibilizado porque esta era uma ação promovida pela juventude, que muitos
nessa época, catalogavam de 'rasca'. Pus como condição para participar que o
Estado português não discordasse desta acção" de protesto que veio a ser
objeto de alguma exploração mediática", conta o general Eanes na sua Fotobiografia
publicada pelo Museu da Presidência.
Numa entrevista
dada ao jornalista Adelino Gomes do "Público", por ocasião do 15º
aniversário da interrupção de marcha do "Lusitânia Expresso", Eanes
afirmou: "Admiti, então, que marinheiros indonésios iriam a bordo do
'Lusitânia' e procederiam à prisão de alguns dos seus tripulantes e
passageiros. Admitimos, eu e o padre Batista, que nos contaríamos entre estes.
Perante tal ameaça, descemos ao camarote para vestirmos roupa adequada".
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