sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

XANANA ESTÁ “MAIS MADURO, MAIS SÁBIO E MAIS AUDAZ”

 


Rui Marques, ex-diretor da "Missão Paz em Timor" é um dos apresentadores do livro de Xanana. Eanes, que também estava no "Lusitânia Expresso", está no lançamento do livro.

Manuela Goucha Soares - Expresso
 
Doze anos depois da independência de Timor-Leste, a 20 de maio de 2002, "Xanana é um líder mais maduro, com mais sabedoria e mais audaz", disse ao Expresso Rui Marques, que em 1992 organizou a viagem do "Lusitânia Expresso" que tinha por objetivo principal chamar a atenção da comunidade internacional para a urgência de libertar Timor da ocupação indonésia.
 
Rui Marques e D. Ximenes Belo são os dois apresentadores do livro "Xanana Gusmão e os primeiros dez anos da construção do Estado Timorense", hoje às 17h30, na sede da CPLP em Lisboa.
 
Com chancela da Porto Editora e mais de 600 páginas, a obra reúne dez anos de discursos de Xanana, primeiro como Presidente da República e, depois, como primeiro-ministro do mais jovem país de língua oficial portuguesa.
 
Tem quatro prefácios dos portugueses Cavaco Silva, António Guterres, Jorge Sampaio e Durão Barroso, junta-se um quinto do timorense Agio Pereira, ministro da Presidência do governo chefiado por Xanana.
 
Ramalho Eanes no lançamento do livro de Xanana
 
O ex-Presidente da República António Ramalho Eanes estava a bordo do "Lusitânia Expresso", quando a Marinha de Guerra indonésia impediu o navio de prosseguir até Díli e vai estar presente no lançamento do livro de Xanana.
 
"Fiquei sensibilizado porque esta era uma ação promovida pela juventude, que muitos nessa época, catalogavam de 'rasca'. Pus como condição para participar que o Estado português não discordasse desta acção" de protesto que veio a ser objeto de alguma exploração mediática", conta o general Eanes na sua Fotobiografia publicada pelo Museu da Presidência.
 
Numa entrevista dada ao jornalista Adelino Gomes do "Público", por ocasião do 15º aniversário da interrupção de marcha do "Lusitânia Expresso", Eanes afirmou: "Admiti, então, que marinheiros indonésios iriam a bordo do 'Lusitânia' e procederiam à prisão de alguns dos seus tripulantes e passageiros. Admitimos, eu e o padre Batista, que nos contaríamos entre estes. Perante tal ameaça, descemos ao camarote para vestirmos roupa adequada".
 

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