Jornal de Angola,
editorial
Os preparativos
para a realização do Censo da População e da Habitação atravessam uma fase
satisfatória na medida em que ao recrutamento de pessoal, entre técnicos e
recenseadores, se junta a componente logística.
De 16 a 31 de Maio,
Angola realiza o primeiro Censo do período pós-independência, um facto que se
torna hoje exequível em função da paz e estabilidade que o país vive. A nível
do Instituto Nacional de Estatística (INE), a julgar pelos ensaios feitos,
encontra-se tudo a postos para que se efective a contagem da população nos
próximos 60 dias.
O Censo da População e Habitação é já uma realidade em todo o país na medida em
que foram já dados passos importantes tais como o Censo Piloto, que decorreu no
ano passado em alguns municípios.
Com mais de 100 mil funcionários recrutados, não há dúvida de que os
preparativos para a realização do Censo da População e da Habitação caminham
bem. Estamos satisfeitos com o facto de o Gabinete Central do Censo ter
elaborado atempadamente todo o esquema logístico das acções formativas e ter
estabelecido um calendário das etapas dos cursos de capacitação. Isto é hoje
uma realidade de Cabinda ao Cunene, o que augura que o Censo da População e
Habitação vai ser um sucesso.
Ao lado destes passos fundamentais, a formação dos futuros técnicos que vão
fazer o chamado trabalho de campo, recolhendo informações junto das
comunidades, aldeias e bualas, apresenta-se como esteio de todo o processo.
É bom ouvir que, um pouco por todo o país, estão a decorrer acções de formação
dos assistentes técnicos e recenseadores para o processo de contagem da
população.
Esses assistentes técnicos comunais vão capacitar os assistentes técnicos
locais e recenseadores nas respectivas zonas de origem.
Apenas com pessoas devidamente formadas para a actividade do Censo vamos ter a
certeza da quantidade, qualidade e fiabilidade das informações a ser
recolhidas. Os actos de preparação, acompanhados de vários seminários de
capacitação, indicam que daqui a cerca de 60 dias Angola vai dar início a um
processo histórico que contribui para mudar a percepção sobre uma série de
factores na nossa sociedade.
Importa que se continue a passar as informações correctas sobre o Censo da
População e Habitação para que as populações entendam o que é o Censo e os fins
perseguidos com o acto. As campanhas de sensibilização são importantes porque
permitem a produção de resultados que se aproximam da realidade. Quanto mais
bem informadas as populações estiverem melhor preparadas vão estar para
colaborar com os recenseadores.
Este trabalho está a ser feito de forma competente pelos órgãos de informação e
demais entidades engajadas para que a realização do Censo alcance os resultados
esperados. É oportuna a parceria que o INE estabeleceu com os órgãos de
comunicação social para facilitar e acelerar a compreensão por parte das
comunidades de todo o processo do Censo da População e Habitação em Angola.
A recolha de dados dos agregados familiares visa tão-só contribuir para que as
autoridades governamentais conduzam as políticas públicas com base em dados
fiáveis. "O Censo não vai exigir a identidade a alguém mas sim saber o
número dos habitantes nacionais e estrangeiros residentes em Angola para que o
Governo possa planificar melhor a vida da população", explicou Sebastião
Chilikuiza, ligado ao grupo técnico do Censo em Cabinda. É preciso que as
entidades provinciais, municipais e comunais continuem a reforçar o apelo para
a mobilização da população da sua área de jurisdição para o verdadeiro
objectivo do processo. Como disse um membro do grupo técnico do Censo na
província no Cuanza Sul, “é necessário informar a população de que a realização
do censo vai permitir ao Governo saber quantos habitantes tem Angola, onde e
como vivem para melhorar a oferta de bens e serviços à população, sobretudo no
meio rural”.
Com a realização do Censo o país ganha valiosos instrumentos na materialização
das suas políticas no campo da saúde, educação, emprego, gestão da força de
trabalho activa e das políticas com vista à paridade no género. É de louvar a
estratégia do Executivo no sentido de efectivar o Censo da População e
Habitação de Cabinda ao Cunene.
Tudo indica que a máquina censitária está a ser testada em todo o país. O repto
cabe agora a dois segmentos que vão ter papel instrumental na realização do
Censo, a numerosa equipa do INE que percorre toda a Angola e as populações que
devem receber os recenseadores e dar informações verdadeiras sobre os seus agregados
familiares.
Sem comentários:
Enviar um comentário