terça-feira, 11 de março de 2014

É TEMPO DE TERMINAR COM A INTROMISSÃO OCIDENTAL NA BÓSNIA



Diário Liberdade

Bósnia e Herzegovina - The Guardian - [Tradução Carlos Serrano Ferreira] Estamos extremamente preocupados com a resposta da comunidade internacional aos protestos populares que eclodiram contra quase duas décadas de desgoverno na Bósnia-Herzegovina (Editorial , 17 de fevereiro).

Meios de comunicação e políticos ocidentais têm argumentado que agora não é o momento para as potências ocidentais desligarem-se da Bósnia.

Na verdade, é hora de reconhecer que o domínio externo na Bósnia falhou. O acordo de Dayton, em 1995, criou um "protetorado" não democrático, dando ao Alto Representante das potências ocidentais uma autoridade neocolonial sobre um sistema político que institucionalizou as divisões étnicas, enquanto as políticas econômicas neoliberais empobreceram os bósnios comuns independentemente da etnia.

Será que as potências ocidentais têm quaisquer respostas a esta crise? O Alto Representante, Valentin Inzko, pode pensar apenas em ameaças de intervenção militar. Ameaças periódicas pelos EUA e a UE de rever o Acordo de Dayton de recentralizar a Bósnia só fizeram piorar as coisas, levantando o espectro da secessão com os sérvios e croatas olhando para a Sérvia e a Croácia como apoios. E nem Bruxelas nem Washington contemplarão reverter as políticas econômicas neoliberais que empobreceram tantos.

Portanto, é hora de encerrar o escritório do Alto Representante de altura e terminar a intromissão externa nos assuntos da Bósnia.

Os protestos populares deixaram claro que há uma rejeição generalizada de divisões étnicas e políticas neoliberais impostas de cima. Livre da pressão econômica, política e militar externa, estamos confiantes de que os povos da Bósnia irão juntos estabelecer uma sociedade baseada na justiça social e na igualdade nacional.

Samir Amin - Economista, Senegal;
Cédric Durand - Economista, Universidade Paris 13, França;
Emin Eminagić - Ativista, Bósnia e Herzegovina;
Lindsey German - Stop the War Coalition (p / c), Reino Unido;
Grigoris Gerotziafas - Professor adjunto de hematologia-hemostasia, Universidade Pierre e Marie Curie (Paris VI), militante do ANTARSYA em França/Grécia;
Anna Grodzka - Membro do parlamento da República da Polônia;
Costas Isihos - Membro do secretariado político e chefe do departamento de política externa do Syriza;
Mariya Ivancheva - Estudioso independente e membro do conselho editorial de LeftEast, Bulgária;
Stathis Kouvelakis - Reader em teoria política do King´s College, Londres e do Comitê Central do Syriza, Reino Unido e Grécia;
Zbigniew Marcin Kowalewski - Pesquisador e editor, Polônia;
Aleksandra Lakić - Pesquisadora, Bósnia e Herzegovina;
Ken Loach - Diretor de cinema, Reino Unido;
James Meadway - Economista, Reino Unido;
Matija Medenica - Editor Solidarnost, Sérvia;
China Miéville - Autor, Reino Unido;
Tijana Morača - Pesquisador independente , Sérvia;
Goran Musić - Historiador, Áustria;
Jelena Petrović - Red Min(e)d, Eslovênia;
Dragan Plavsic - Advogado e autor, Reino Unido;
Florin Poenaru - Antropólogo, Romênia;
Srećko Pulig - Editor Aktiv, Croácia;
Marija Ratković - A Cultura da Memória, Sérvia;
James Robertson - Estudante de Pós-Graduação, história , da Universidade de Nova York, Estados Unidos;
Catherine Samary - Economista, França;
Richard Seymour - Autor e colunista, Reino Unido;
GM Tamás - Filosófo, CEU, Budapeste, Hungria;
Mary Taylor - CUNY Graduate Center, EUA;
Vladimir Unkovski-Korica - Historiador, Reino Unido;
Ana Vilenica – Editor de Uz)bu) )na))), Sérvia;

Andreja Živković - Autor, Reino Unido - The Guardian, segunda-feira, 3 de março de 2014

Na foto: “Renunciem, bandidos”: cartaz opositor contra a corrupção

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