O secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, classificou, na sexta-feira ao final da noite, a
conferência organizada pela Comissão Europeia em Lisboa como "um
conclave" de troca de elogios entre Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos
Coelho.
"Ainda hoje
(sexta-feira) houve um conclave em que oraram Cavaco Silva, Durão Barroso e
Passos Coelho. E o que é que verificamos ali? Cavaco Silva a elogiar Durão
Barroso pela obra feita. Durão Barroso a elogiar Passos Coelho e Passos Coelho
a elogiar os dois, como se os portugueses estivessem profundamente
satisfeitos", referiu.
Jerónimo de Sousa
falava no Fundão, durante um comício de campanha para as eleições europeias de
25 e maio, no qual não poupou críticas aos interveniente da conferência
"Portugal: Rumo ao crescimento e emprego. Fundos e Programas Europeus:
solidariedade ao serviço da economia portuguesa", que decorreu na
sexta-feira em Lisboa.
"Foi uma
iniciativa com convites e à porta fechada porque se estivesse lá de facto o
povo português, ficariam [os três] com as orelhas a arder, tendo em conta o
capital de queixa que o nosso povo tem", sublinhou.
Jerónimo de Sousa
também censurou a intervenção do comissário europeu da Política Regional,
Johannes Hahn, que, durante a mesma conferência, deixou o aviso de que Bruxelas
não tenciona financiar mais estradas em Portugal, no âmbito do próximo ciclo de
fundos comunitários 2014-2020.
"Pois devia
levar este recado: não venha falar grosso a atirar os fundos comunitários como
quem atira um osso a um cão. Lembremos a esses senhores que desde a entrada no
euro, dinheiro [de] cá foi para a União Europeia em maior quantidade do que
aqueles que foram os fundos comunitários enviados para cá", garantiu.
O secretário-geral do
PCP aproveitou ainda a recomendação do comissário europeu para, em tom
acusatório, voltar a fazer referência ao Presidente da República, Aníbal Cavaco
Silva.
"Não sei se é
uma crítica a Cavaco Silva, que, como vocês se lembram, estendeu quilómetros de
autoestrada com o mesmo ritmo com que destruiu a nossa indústria - a nossa
metalomecânica pesada, a nossa indústria naval - com que destruiu a nossa agricultura,
com que destruiu a nossa frota pesqueira, com que destruiu a nossa marinha
mercante", reiterou.
Jerónimo de Sousa
voltou a criticar as promessas de "Rumo Novo" realizadas pelo PS, bem
como o que classificou como uma "campanha de enganos" dos partidos da
maioria, na qual garantiu estar inserida a disponibilidade do Governo para discutir
o aumento do salário mínimo.
Sobre a questão,
sublinhou ainda que "há muito que deveria ter sido aumentado" e
manteve a exigência de que passe "imediatamente para os 515 euros e
progressivamente, até final de 2014, até aos 600 euros".
Lusa, em Notícias
ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário