Luís
Figueiredo – PINN, opinião
A
política que por cá se consome é muito mázinha por vezes, é mais baixa política
que política séria e focada nos reais problemas da populaça, mas é o País que
temos. Não devemos ser muito exigentes.
O
mais recente exemplo dessa política de trazer por casa, é a ‘guerra’ que
estalou entre os partidos da coligação governamental e o PS. Em causa estão 3,6
milhões de euros que os socialistas terão a receber das abençoadas subvenções,
no caso das autárquicas. Pelo menos é o que sustenta um parecer da Procuradoria-Geral
da República, que dá assim razão ao PS num ‘acerto de contas’ relativo às
eleições locais. Acontece ainda que os socialistas já receberam, ao abrigo das
subvenções, 13,5 mulhões de euros. Chocante! Numa altura de tamanhos
sacrifícios, ainda pagamos as campanhas dos partidos, um luxo.
É
essencialmente aqui, nesta questão ética e moral, que os partidos da coligação
se baseiam para contestar o cheque dos 3,6 milhões aos rivais da oposição. Vai
daí, entregaram no Parlamento um projecto de lei para “proceder à interpretação
autêntica” do artigo da Lei ao abrigo da qual o PS foi agora contemplado. Como
é bom de ver, a ‘interpretação autêntica’ é a da maioria.
Apesar
da legitimidade que lhes assiste (aos deputados) e do argumento, pertinente, do
exemplo que os partidos devem dar aos demais portugueses numa altura difícil
para o País, a verdade é que a manobra política – o projecto de Lei – visa
apenas impedir a entrega dos 3,6 milhões ao PS. É uma atitude mesquinha, só
porque podem fazê-lo, além de que se trata de um desafio à decisão, ou parecer,
emanado da PGR.
E
deste modo, com o País com a corda na garganta, eis que os nossos deputados não
arranjam nada mais útil para fazer do que tentar impedir que o adversário
embolse uns milhões. Moralmente até podem ter toda a razão do Mundo, mas que é
um espectáculo triste, é!
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