Mário
Motta, Lisboa
Dívida
amarinha
Em
Portugal a dívida pública continua a subir. As parangonas dizem: Dívida
pública sobe para os 134 por cento do PIB até junho. Não parece que alguém
do governo se preocupe com este facto. Nem mesmo o primeiro-ministro, a banhos
nas praias do Algarve com base em Manta Rota.
Muito menos o presidente da República, igualmente de férias
na sua casa da Aldeia da Coelha. Aníbal Cavaco Silva que ao assinar o
passaporte de saída do governo de José Sócrates afirmou que era excessivo e
preocupante aquele governo ter chegado a valores da dívida pública de pouco
mais de 90 por cento. E agora já não é excessivo, pela sua conduta, pelo seu
apego ao seu governo PSD-CDS. Eles, impávidos e serenos continuam a banhos,
ausentes de Lisboa, mas nem por isso deixam de planear e perpetuar as banhadas
aos portugueses. Com um presidente e um governo assim Portugal nem sequer
precisa de mais inimigos, porque já os tem, alapados nos principais órgãos de
soberania. A dívida sobe sincopadamente. Portugal está nas lonas e eles a
banhos planeando efetivar mais banhadas aos portugueses. Grandes saques.
Grandes vidas à custa da miserabilização do país. Os tentáculos do Polvo
veraneiam-se repimpadamente. Quem não sabe, quem não vê. Quem optou e opta pelo
“deixa andar”? Eles, sádicos, num lado. Os portugueses, masoquistas, no outro.
Brandos costumes, novela e comportamento eterno semeado pelo salazarismo e
cimentado pelo cavaquismo. A dívida vai continuar a amarinhar pela árvore da
desgraça de Portugal.
Mais
impostos
Quem
não sabe que vêm por aí mais impostos? Só trouxas o ignoravam. E mais virão. Também
é de hojeo título sobre o orçamento: Novo
retificativo pode trazer (mais um) aumento de impostos. Não há que admirar
mas sim reprovar que não nos disseram “alto, isto é um assalto!” É mesmo. Mais
sofisticados que ladrões de estrada de antigamente. Prometeram mundos e fundos,
fazem o contrário, governam-se, aos familiares e amigos, usam sem pudor
milhares de milhões para acudir aos banqueiros vigaristas e o povinho,
carneirinho, paga e não bufa. Ou bufa. Mas a eles isso entra a 100 e sai a 200.
Favores
com favores se pagam
Volta
à baila Cavaco Silva. Desta feita por centenas de milhares de euros de
financiamento da sua campanha. Título: Família
BES grande financiadora de campanha de Cavaco em 2006. Se fosse só de 2006.
Muito bem. É o preço da "democracia". Favores, com favores se pagam. Está tudo
previsto nas leis que eles fizeram à medida e com alguns “alçapões” que sempre
dão para umas quantas escapatórias rumo à impunidade. Não por acaso diziam de
Ricardo Salgado ser o DDT, Dono Disto Tudo. Se comprou, qual a admiração de ser
dono? A fidelidade, para alguns, não tem preço. Para outros tem. Quando chega a
hora urge provar isso mesmo. Cavaco em Seul declarou confiar nas “papeladas” do
BES quando já se sabia que a “bomba das irregularidades” – como chamam, em vez
de vigarices – estava para rebentar de um minuto para o outro. Favores com
favores se pagam. E aqui o preço da fidelidade tramou alguns investidores.
Dizem que dos pequenos porque os grandes já sabiam de tudo. Mas Cavaco não foi
o único.
Banhos
gelados
Nem
de propósito a elite política portuguesa está a banhos. Vide Cavaco nos
algarves de molho, como mostra a foto. Enquanto isso uns quantos “famosos”
andam a procurar angariar uma pipa de massa para a campanha em curso de
apoio aos doentes com Esclerose Lateral Amiotrófica. O “famoso” apresentador da
TVI, Manuel Luís Goucha, recusou o banho gelado mas não a solidariedade. Doou
mil euros. Outros “famosos” também doaram e levaram com o “banho gelado”.
Ronaldo não contribuiu com pouco. Pode e gosta de ser solidário. E desafiou
Jennifer Lopez a fazer o mesmo, ela respondeu. José Mourinho também se
solidarizou e largou um “porra” no banho. Onde a porca torce o rabo, podemos
futurar, é com Cavaco, Passos e Albuquerque. Por isto:
Jogador do Rio Ave desafia Cavaco, Passos Coelho e Albuquerque. Não há como
imaginar Cavaco a levar com um banho gelado pela cabeça. Muito menos largar o
pilim. E isso de solidariedade, significa, certamente, naquela cabeça
deformada, “coisa dos de esquerda”. Ele conhece e identifica-se é com a
“caridade(zinha)”. Mas, o pior é que o jogador do Rio Ave pôs o dedo na ferida
ao declarar “Os portugueses desafiaram-me, e eu vou desafiar estas pessoas,
porque os portugueses querem que elas refresquem as suas ideias: Cavaco Silva,
Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque”. Os “pobres” desafiados de Belém, São
Bento e Terreiro do Paço não disseram truz, nem mus. Preferindo as águas
cálidas dos algarves, olhando as areias e os espaços, magicando o melhor modo
de fazer pagar aos veraneantes o usufruto daquelas praias e restantes do país. A
dez euros cada banhista, por todas as praias do país… É uma pipa de massa,
diriam eles, em coro, com Durão Barroso, o “cherne” que passou a “pipas”. E não
é que já há praias onde se paga por um pedaço de areia privatizada? Nos
arredores de Lisboa já há. Agora é só fazer crescer o “negócio”. Falta definir
se as “cabecinhas” assim tão aptas para o “negócio” pertencem a chulos, ladrões
ou empreendedores. Escolhamos. Eu cá não tenho dúvidas.
*Banhada:
Desilusão ou engano (ex.: tinha altas expectativas e levei uma banhada)
- "banhada", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha],
2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/banhada [consultado
em 21-08-2014]. Na gíria pode significar que foi enganado, roubado, iludido
(ex: tinha 100 euros na carteira e levei uma banhada)
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