Estudantes
descartam possibilidade de ir a Pequim
Hong
Kong, China, 04 nov (Lusa) -- Os líderes estudantis do movimento pró-democracia
em Hong Kong
descartaram hoje enviar representantes a Pequim este fim-de-semana para apelar
diretamente ao Governo Central.
A
possibilidade foi descartada hoje por Yvonne Leung, de 21 anos, durante uma
conversa sobre o movimento na Universidade de Hong Kong, apesar de a líder
estudantil não ter colocado de parte de a possibilidade de a viagem vir a
ocorrer no futuro.
Nathan
Law, outro ativista estudantil que acompanhou hoje Leung, disse que ainda
estavam a debater quando e como ir e que estavam a recolher opiniões antes de
rumarem à capital chinesa para transmitirem aos líderes chineses as suas
aspirações.
O
secretário da Federação de Estudantes, uma das organizações que promove os
protestos, Alex Chow, tinha manifestado, esta semana, a possibilidade de os
estudantes irem a Pequim durante a cimeira da APEC (Fórum de Cooperação
Económica Ásia-Pacífico) que se realiza na próxima semana, em Pequim, na qual
vão participar diversos líderes mundiais.
Há
mais de um mês que os manifestantes, na sua maioria estudantes, ocupam as ruas
da cidade, exigindo que Pequim recue na sua decisão, tomada no final de agosto,
a qual prescreve que o chefe do Executivo de Hong Kong será eleito por sufrágio
universal, mas só depois daquilo a que a ala democrata designa de
"triagem".
Isto
porque, ao abrigo da proposta de Pequim, os aspirantes ao cargo precisam de
granjear o apoio prévio de mais de metade dos membros de um comité eleitoral,
para poderem concorrer à próxima eleição, em que apenas dois ou três candidatos
vão ser selecionados.
DM
// JCS
Grupo
anti "Occupy" reúne 1,8 milhões de assinaturas contra protestos
Hong
Kong, China, 04 nov (Lusa) -- A Aliança para a Paz e Democracia, que está
contra o movimento pró-democracia iniciado em setembro, apresentou mais de 1,8
milhões de assinaturas que alegadamente recolheu numa petição contra a campanha
de desobediência civil em
Hong Kong.
O
porta-voz da Aliança, Robert Chow, disse hoje que o grupo vai tentar marcar
reuniões com deputados e líderes dos estudantes, para tentar encontrar uma
solução para o impasse político, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong
Kong (RTHK).
Robert
Chow defendeu que a Aliança para a Paz e Democracia quer ouvir a reação dos
líderes dos protestos, no que descreveu como um aumento da oposição às
manifestações e bloqueios das ruas.
O
mesmo responsável disse que os líderes dos protestos deveriam indicar como
planeiam restabelecer a paz e a ordem em Hong Kong.
A
campanha de recolha de assinaturas para pedir o fim da ocupação das ruas teve
início a 25 de outubro.
Em
linha com a Aliança para a Paz e Democracia, Pan Pey-chyou, um dos
vice-presidentes da Hong Kong Federation of Trade Unions (HKFTU), conotada como
sendo pró-Pequim, defendeu hoje, em declarações à RTHK, que era boa ideia
estabelecer reuniões presenciais entre os manifestantes pró-democracia que
ocupam algumas das artérias principais da cidade e os mais afetados por estas
ações.
Pan
Pey-chyou falava à RTHK um dia depois de cerca de 3.000 trabalhadores terem
participado numa manifestação promovida pela FTU para expressar o seu descontentamento
em relação ao movimento de desobediência civil pela "verdadeira"
democracia.
Na
segunda-feira, cerca de 50 advogados concentraram-se em silêncio nas imediações
do Supremo Tribunal de Justiça para expressar a sua preocupação com que o
consideram ser uma violação do Estado de Direito pelos manifestantes que ocupam
as ruas, escreve hoje o jornal South China Morning Post (SCMP).
Em
comunicado, os advogados declararam que o movimento "'Occupy Cental'
perturba e coloca em perigo as vidas dos cidadãos de Hong Kong, causando
imensuráveis prejuízos e inconvenientes para todos os segmentos da
população".
Os
advogados pediram ao governo para aplicar a lei sem demoras e instaram os
manifestantes a abandonarem as locais de protesto imediatamente.
FV
// ARA
*Título
PG
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